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Capital

Moradores são notificados e têm 5 dias para deixar favela em área pública

Integrantes da Favela da Conquista afirmam que prazo é pequeno e que não têm para onde ir

Mayara Bueno e Liniker Ribeiro | 17/05/2019 17:04
Ana Paula com um dos filhos no colo relata a situação dos moradores. (Foto: Liniker Ribeiro).
Ana Paula com um dos filhos no colo relata a situação dos moradores. (Foto: Liniker Ribeiro).

Moradores da chamada Favela da Conquista, no Jardim Noroeste, relatam ter recebido notificação da Prefeitura de Campo Grande. O conteúdo informa que eles têm cinco dias para deixarem as moradias improvisadas, localizadas na Rua Acaia, por se tratarem de áreas públicas.

Ana Paula Alves, 26 anos, é dona de casa e afirma que a comunidade existe há 15 anos. Pelo menos 200 famílias moram por lá, a maioria mães solteiras, conta. “Ninguém mora aqui porque quer, mas não temos para onde ir”. A moradora está no local há cinco anos com dois filhos e, para sobreviver, trabalha com transporte e venda de cosméticos.

Outro morador, Silveira Araújo Silva, 43 anos, tratorista, mora há 13 anos. Afirmou que, há três dias, recebeu também a notificação. “É um descaso com a gente, o prazo é pequeno. Não temos pra onde ir”.

Morador mostra notificação recebida, com prazo de cinco dias para ir à Emha. (Foto: Liniker Ribeiro).
Morador mostra notificação recebida, com prazo de cinco dias para ir à Emha. (Foto: Liniker Ribeiro).

A vendedora Cleide Alves da Silva, 44 anos, disse que o documento recebido pelos fiscais dá o prazo para ir à Emha (Agência Municipal de Habitação), que dará nova contagem de dias para saída do local. Contudo, como é possível verificar na imagem acima, a período é para deixar as áreas. “Queremos alguma solução. Uma casa pra morar ou que seja apenas a terra, que nós começamos tudo novo”.

Hoje de manhã homens com identificação de “fiscalização” foram ao local e máquinas trabalham na via retirando entulhos e limpando a área.

O processo de despejo parte da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), a pedido da PGM (Procurador-Geral do Município), que move a ação de reintegração de posse.

A reportagem também questionou a Prefeitura de Campo Grande para saber, por exemplo, o que será feito na área, mas ainda não houve resposta. Detalhes serão enviados posteriormente, ainda de acordo com a Semadur.

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