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Mutirão para coletar DNA leva esperança de resposta a famílias de desaparecidos

Ao todo, foram registradas, de janeiro a 1º de agosto, 295 ocorrências de desaparecimento em Campo Grande

Por Ana Paula Chuva e Bruna Marques | 05/08/2025 10:21
Mutirão para coletar DNA leva esperança de resposta a famílias de desaparecidos
Ronaldo não é visto desde fevereiro quando saiu para trabalhar em uma chácara (Foto: Henrique Kawaminami)

Coordenada pela DHPP (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa), a campanha nacional de coleta de DNA leva esperança para quem espera encontrar um familiar desaparecido. O Dia D da mobilização acontece nesta terça-feira (5), na sede da especializada em Campo Grande.

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A Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) realiza campanha nacional de coleta de DNA em Campo Grande e outras 14 cidades do Mato Grosso do Sul. A iniciativa busca auxiliar famílias que procuram pessoas desaparecidas, ampliando o Banco Nacional de Perfis Genéticos. Em Campo Grande, das 295 ocorrências de desaparecimento registradas este ano, nove casos seguem sem solução. Entre eles, destaca-se o aumento de idosos desaparecidos, como Heitor Teodoro Braga, 84 anos, com Alzheimer, e Ronaldo Gomes Teixeira, visto pela última vez em fevereiro quando saiu para trabalhar.

Entre os familiares que buscam por alguém está Vanilton Braga, 62 anos. Ele é filho do idoso Heitor Teodoro Braga, 84 anos, que foi visto pela última vez em 10 de maio deste ano na cidade de Ribas do Rio Pardo, a 98 quilômetros de Campo Grande.

Vanilton foi até a sede da DHPP acompanhado da irmã Janete Braga. À imprensa ele relatou que estava com o pai em Ribas fazendo teste de um equipamento e depois de 10 minutos sentiu falta do idoso. “Desde então não tivemos mais nenhuma notícia. Acredito que alguém tenha passado e dado carona para ele que acabou ficando nervoso com a demora do trajeto. Agora vai fazer 90 dias e não temos nenhuma pista”, explicou.

Segundo o homem, colher o material genético vai aumentar as chances de encontrar o pai mesmo que seja morto. “O mais complicado é ficar a vida toda sem saber onde ele está. Foi a primeira vez que ele sumiu, ele foi diagnosticado com Alzheimer há uns dois anos e começou o tratamento”, contou Vanilton.

Assim como ele, Rosemery Gomes Teixeira, 38 anos, foi até a delegacia coletar material genético na esperança de encontrar o irmão Ronaldo Gomes Teixeira, visto pela última vez em fevereiro deste ano, quando saiu para trabalhar em uma chácara.

“O dono dessa propriedade foi buscá-lo na casa da minha irmã e, depois disso, nunca mais tivemos notícias. Falamos com o dono de lá e ele disse que meu irmão bebeu, usou droga e surtou, falando que ia embora para a casa de parentes em Água Clara. Ele falou ainda para mim que deixou meu irmão na rodovia”, contou Rosemery. Ela também foi convidada pela Polícia Civil para a coleta neste Dia D.

Mutirão para coletar DNA leva esperança de resposta a famílias de desaparecidos
Rosemery tem esperança de encontrar o irmão após coleta de material genético (Foto: Henrique Kawaminami)

Coleta - Ao Campo Grande News a diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses da Polícia Científica, Josemirtes Socorro Prado da Silva, explicou que a partir de quarta-feira (5), a coleta será feita na sede do IALF, localizado na Vila Ipiranga, de material genético de pais, irmãos e filhos das vítimas.

Os familiares também poderão levar escova de dente da pessoa desaparecida, dente de leite que mães costumam guardar ou algum objeto que apenas a vítima costumava usar. “Na última campanha tivemos 40 familiares, por isso fazemos isso todo ano para que a população se conscientize para encontrar essas pessoas. Desde que começaram as campanhas já foram localizadas duas pessoas”, disse.

O delegado Rodolfo Daltro, titular da DHPP, relatou que este ano foram registradas 295 ocorrências de desaparecimento em Campo Grande e 55 delas ainda estão em aberto, mas só nove não foram localizadas e uma foi encontrada sem vida.

“O que acontece é que os familiares não vêm dar baixa na ocorrência, por isso, 55 estão em aberto, porém só 9 não foram localizadas ainda e é um número alto. A maioria são homens de 20 a 40 anos, usuários de drogas e álcool”, explicou.

Sobre o desaparecimento de idosos, o delegado disse que o aumento dessas vítimas aumentou e gera muita preocupação. “São pessoas com a saúde já fragilizada, muitos com Alzheimer e causa ainda mais preocupação e a necessidade de diligências para encontrá-las é ainda maior”, detalhou Daltro.

O fornecimento do material genético vai ajudar a ampliar o Banco Nacional de Perfis Genéticos possibilitando o cruzamento de dados entre os estados para ajudar na localização das pessoas desaparecidas. Em Mato Grosso do Sul, a campanha é realizada também em 14 cidades no interior. Confira a lista aqui.

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