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Capital

O risco de ser vítima da dengue pode estar onde você menos imagina

Paula Vitorino | 24/01/2013 12:29
Bandeja de água parada, parte do motor de uma geladeira, é um dos vilões. (Foto: Luciano Muta)
Bandeja de água parada, parte do motor de uma geladeira, é um dos vilões. (Foto: Luciano Muta)

É só reunir um pouco de lixo em um quintal ou terreno abandonado com mato que o mosquito Aedes Aegypti é presença garantida. Mas o perigo pode estar mais perto, dentro de casa, em locais e equipamentos que são utilizados com frequência, mas estavam acima de suspeitas.

Afinal, quem imagina que o benéfico umidificador de ar pode ser um perfeito criadouro pro mosquito? Geladeira, ar-condicionado, ralos, sanitários e, claro, os tradicionais pratinhos de vasos também estão na lista de inusitados onde o mosquito já foi flagrado por equipes da vigilância epidemiológica de Campo Grande.

“Qualquer lugar que acumule água parada pode se tornar criadouro. O ideal é que as pessoas fiquem atentas”, alerta o coordenador municipal de Controle de Vetores do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Alcides Ferreira. O município enfrenta epidemia de dengue, com situação de emergência decretada e três casos de morte em investigação desde o início do ano. São mais de 11,4 mil notificações da doença.

A equipe do Campo Grande News encontrou exemplos na prática. Uma moradora do bairro Coronel Antonino, de 30 anos, levou “um susto” ao abrir o umidificador para fazer a limpeza e encontrar larvas do mosquito na água que fica acumulada no reservatório do aparelho.

“Tem uma abertura nele, mas nunca imaginei que tinha como (criar o mosquito). Nem passava pela minha cabeça. A gente não usa sempre e às vezes fica lá parado”, conta. Constrangida com a situação, ela pediu para não ser identificada.

O “susto” com as inusitadas larvas foi ainda maior pelo fato da moradora já ter sido vítima do mosquito e conhecer o perigo da doença. Em 2011, ela teve dengue hemorrágica e precisou ficar internada uma semana.

Agora, ela diz que está atenta e alerta as demais pessoas. “Quando ainda fica água para usar em outros dias, nós deixamos tampado o orifício. Ou então é bom retirar toda a água de dentro quando não estiver utilizando e lavar bem a parte de baixo”, diz.

Alcides diz que os agentes geralmente encontram larvas em umidificadores de empresas. “É mais comum encontrar nos equipamentos de empresas, porque são vários umidificadores, e aí os funcionários ficam sem usar por algum tempo e esquecem de fazer a limpeza”, diz.

Os umidificadores ficaram populares em Campo Grande para combater os períodos de seca, mas durante o verão, com as chuvas, o aparelho geralmente é encostado, mas precisa de manutenção.

Alcides também alerta que o mesmo cuidado vale para os reservatórios de ar-condicionado (os modelos antigos) e geladeira. “As pessoas esquecem daquela água acumulada e não trocam”, diz.

Outros locais que já foram flagrados pelos agentes com criadouro e merecem atenção são os ralos. “A água escorre e fica acumulada nos cantos. O ideal é colocar tela nos ralos”, frisa.

Box de banheiro e sanitário que ficam por algum período sem uso devem ser vistoriados. A dica é jogar água sanitária, pelo menos, 1 vez por semana.

Para os clássicos pratinhos de vasos, a recomendação continua a mesma: não tê-los. “Se não tem o pratinho, a água vai escorrer e secar”, justifica.

Mas se for imprescindível o uso, o ideal é escovar o objeto, no mínimo, 1 vez por semana e encher o recipiente até o topo de areia.

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