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Capital

Organizador de show lotado não tinha licença e pode ser multado em até R$ 15 mil

Imagens chamam atenção pela aglomeração sem preocupação com a covid-19 e pelo desrespeito às normas de biossegurança

Nyelder Rodrigues | 24/01/2021 16:45
Evento reuniu o público sem respeitar a biossegurança (Foto: Reprodução/Direto das Ruas)
Evento reuniu o público sem respeitar a biossegurança (Foto: Reprodução/Direto das Ruas)

Multa de R$ 100 a R$ 15 mil e até interdição do local onde ocorreu o evento. Essa pode ser a pesada punição para a empresa organizadora do show da dupla sertaneja Ícaro e Gilmar, realizada na noite de sábado (23), e para a locadora do espaço onde ocorreu a festa, chamada Terra Nova, na saída para Rochedo, rodovia MS-080.

Imagens enviadas à reportagem do Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas mostram uma multidão de fãs acompanhando o show, todos sem máscaras e sem o controle de distanciamento social. A estimativa é que 15 mil pessoas estavam no local.

No vídeo, é possível perceber que, apesar do amplo espaço para festar no Terra Nova - são cerca de três hectares aptos a receber público -, as pessoas ficaram sob uma grande tenda, aglomeradas para acompanhar a apresentação musical.

"Os promotores não tinham autorização para realização do evento, que precisa de licença específica da Vigilância Sanitária, seguindo o que determina o artigo 29 da Resolução 558 da Sesau, de 15 de setembro de 2020", frisa a prefeitura de Campo Grande, em nota que também fala de critérios específicos exigidos no período de pandemia.

"A Prefeitura vai autuar os responsáveis pelo evento, que terão prazo legal para justificar o possível descumprimento da legislação. A multa para descumprimento varia de 100 a 15 mil reais, podendo levar a interdição do local", finaliza o texto.

O show de Ícaro e Gilmar foi o primeiro evento de entretenimento musical realizado após a queda do limite máxima de 80 pessoas. Desde sexta-feira (22), conforme o decreto publicado nesta semana e válido até 6 de fevereiro, os eventos são permitidos para até 40% da capacidade total do espaço em que for realizado.

Contudo, sua realização precisa obedecer vários critérios pré-estabelecidos pela prefeitura, necessitando de aval da Vigilância Sanitária e outros órgãos competentes. A reportagem procura desde o período matutino, data de publicação, os organizadores do show, mas até o momento não obteve êxito.

Tirou sarro - Em outras imagens enviadas ao Campo Grande News, essas já na saída do evento, foi possível ver uma mulher, se dizendo médica, afirmando que poderiam filmar e fotografar ela no local, já que trabalha na área da saúde. "Sou médica e gosto de tirar foto", ironizou a mulher. As imagens foram captas por motoristas de aplicativo.

Mesmo com o toque de recolher mantido às 22h pela prefeitura e Governo do Estado, o show só foi encerrado por volta das 23h, com a presença de quatro viaturas do BPChoque (Batalhão de Polícia Militar de Choque). A mulher no vídeo acima se manifestava justamente contra a ação policial para encerrar o evento.

Perto dali, mas na CLC (Clube do Laço Cumprido), uma festa menor, com 300 pessoas, teve que ser encerrada pela Guarda Municipal, também por volta das 23h, com duas pessoas presas e encaminhadas para a delegacia - um homem de 43 anos e uma mulher de 51. Ambos foram autuados por irregularidade sanitária.

Na sexta-feira (22), o mau exemplo veio do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), onde o desembargador Carlos Eduardo Contar tomou posse para comandar o judiciário local pelo biênio 2021-22. O evento aconteceu no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, com várias medidas de biossegurança.

Contudo, o distanciamento social pouco foi respeitado, com diversas aproximações entre os convidados e não respeito ao revezamento espacial das cadeiras. No fim da posse, feito no auditório e com mais de 300 pessoas, ainda houve um coquetel com whisky, vinho, espumante e cerveja, além de camisas japonesa, árabe e massas.

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