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Capital

Paciente com covid acusa enfermeiro de estupro

Homem teria usado "óleo de girassol" para abusar da vítima

Adriano Fernandes | 04/02/2021 20:48
Hospital Regional de Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Hospital Regional de Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Uma paciente, de 36 anos, diz ter sido estuprada por um enfermeiro do Hospital Regional, na madrugada desta quinta-feira (4), em Campo Grande. O caso já está sob investigação da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher).

Segundo a mãe da vítima, uma acadêmica de direito, de 56 anos, que pediu para não ter a identidade divulgada, a filha está internada em tratamento contra a covid-19 no hospital desde segunda-feira (1º). A filha é assistente em escritório, está bastante debilitada e respira com a ajuda de máscara de oxigênio, relata a mãe. O abuso teria ocorrido por volta das 3h de hoje.

Depois de ter passado mal durante a noite, tendo vômito e falta de ar, a paciente notou quando o profissional de enfermagem começou ir ao quarto dela, durante a madrugada, e passou a apertá-la e passar a mão em seu corpo. Em determinado momento o suspeito retornou ao leito com “óleo de girassol”, passou no dedos e começou a abusar da vítima.

Mesmo debilitada, a paciente diz ter tentado resistir ao abuso como pôde, pedindo para o homem parar e sair de cima dela, mas ele insistia em passar a mão na virilha da paciente enquanto pedia para ela “abrir as pernas”. O homem repetia que queria masturbar a paciente e que não era para ela resistir, se não poderia "dar problema para ele".

A mãe da assistente ficou sabendo do abuso logo pela manhã. “Eu liguei para ela por volta das 5h30. Ela já não estava bem desde o dia da internação, mas percebi que tinha alguma coisa a mais acontecendo”, comenta. A mãe relata que a filha estava em estado de choque e não conseguia expressar o que estava acontecendo.

Só depois de muita insistência é que a paciente tomou coragem de admitir que tinha uma denúncia para fazer contra o hospital. Segundo a mãe o abuso foi relatado à chefia de enfermagem do hospital, que se comprometeu a dar todo o apoio a família.

“Eles disseram que iam dispor de uma psicóloga para minha filha e transferi-la de quarto, mas eu também fui à delegacia. Passei a manhã toda na Deam”, conta. O boletim de estupro de vulnerável foi registrado pela mãe, já que a filha não pode deixar o hospital, mas a vítima também encaminhou áudio à polícia em que detalha o abuso.

A mulher conta que após a denúncia teria sido informada pelo hospital de que o funcionário teria sido afastado das suas funções. Nesta tarde, ainda conforme a mãe da assistente, o hospital teria pedido para que ela retornasse ao hospital para ficar com a filha. No entanto, ao chegar na unidade de saúde, não encontrou a filha no quarto indicado.

“A equipe que tinha assumido o expediente não sabia onde estava a minha filha. Entrei em desespero. Minha filha sofreu um estupro dentro desse hospital, como ficam mandando ela de um lado para o outro e não sabiam informar onde ela estava?”, desabafa.

Depois da procura, a mãe, enfim, encontrou a filha, ainda muito fraca em um andar diferente do quarto onde ocorreu o abuso. “Ela não consegue falar direito, está perturbada, não consegue nem dormir por conta do que ocorreu nessa madrugada”, diz aos prantos.

O quadro clínico da paciente ainda inspira cuidados. Nesta noite, a assistente deve passar por um procedimento que vai tentar reverter a necessidade dela ser entubada por conta da covid-19.

O hospital – A unidade de saúde não confirmou o afastamento do enfermeiro. Procurado pela reportagem o hospital informou, via assessoria de imprensa, que encaminhou a denuncia à diretoria do HR e deve se posicionar sobre o caso nesta sexta-feira (5).

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