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Capital

Padrastro mandava criança violentada dizer à mãe que se machucou sozinha

Paula Maciulevicius e Mariana Lopes | 07/11/2012 11:59
Homem orientava como a criança tinha que explicar os machucados à mãe. Sempre dizendo que tinha se ferido sozinho. (Foto: Minamar Júnior)
Homem orientava como a criança tinha que explicar os machucados à mãe. Sempre dizendo que tinha se ferido sozinho. (Foto: Minamar Júnior)

O professor e músico de 33 anos, que confessou ter abusado do enteado de 4 anos, dizia para a criança mentir para a mãe sobre os machucados, falando para ele sempre dizer que tinha se machucado sozinho.

“O padrasto orientava a criança de como ele tinha que falar para a mãe”, disse a delegada responsável pelo caso, Regina Márcia Rodrigues, após ouvir o depoimento dele e da mãe do menino.

A mãe, uma professora, nega saber da agressão e do abuso e questionada pela delegada sobre os ferimentos visíveis que o filho tinha, ela disse que ele falava que havia se machucado sozinho.

Em um episódio de marcas de queimadura nas mãos, a delegada indagou a mãe especificamente, mas a mulher disse “ele falou que encostou sozinho na chaleira”. Na Polícia, o padrasto confessou, ele que fez o menino colocar as mãos na chaleira quente.

Nem machucados e nem mudança no comportamento, para a Polícia, a mãe nega que tenha notado diferença na criança. Sobre o relacionamento dos dois, da mulher e do padrasto do menino, ela contou que eles já tinham namorado quando adolescentes.

“Ela disse que conhecia ele há 20 anos. Eles já tinham namorado desde a adolescência e depois se reencontraram e passaram a morar juntos”, relatou a delegada. O tempo já corresponde a oito meses.

Segundo a Polícia, a professora confiava muito no namorado, porque logo que eles reataram a relação, ele que já tinha antecedentes criminais, contou a ela.

“Ele falou que já tinha passagens pela Polícia e já tinha sido usuário de drogas, mas que estava limpo agora. Ela, pelo fato de ele ter confessado tudo isso, essa sinceridade dele, achou que ele se arrependeu e que não estava fazendo mais nada”, explica Regina Márcia Rodrigues.

A delegada tem acompanhado de perto o quadro clínico do menino que permanece internado na Santa Casa. A criança está sem previsão de alta e quando sair passará por tratamento psicológico.

Testemunhas ainda serão ouvidas, entre os professores da criança, médicos e alguns familiares.

Agressões – O abuso e os ferimentos começaram há 45 dias. Preso desde o dia primeiro, o padrasto disse que estava sob efeito de drogas e que estava arrependido. Disse também que tem medo do que pode acontecer com ele na cadeia.

O rapaz tem passagens por estelionato e violação de domicílio, com os crimes cometidos contra o enteado responderá também por tortura e estupro de vulnerável, além da prisão preventiva decretada. Ele já está no Petran (Presídio de Trânsito), em Campo Grande.

O caso veio à tona após médicos da Santa Casa terem constatado que a criança havia sido agredida e abusada sexualmente. Ela foi levada ao pronto socorro do hospital no último dia 23 de outubro com desidratação e febre. Depois dos primeiros procedimentos, foram constatadas fraturas no diafragma e costela, além de perfuração nos tímpanos, lesões no fígado e demais órgãos internos decorrentes de agressões físicas.

A reportagem não traz fotos de frente nem a identificação do agressor para proteger a criança. Ela poderia ser identificada caso nome e foto do agressor fossem divulgadas, como esclarece a delegada.

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