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Capital

Para família de quem aguarda leito de UTI, fechar comércio não é solução

"Fecha o comércio, mas o povo continua com festas", diz irmã de paciente que aguarda em UPA

Clayton Neves | 15/06/2021 18:36
Fachada da UPA Santa Mônica em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Fachada da UPA Santa Mônica em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Mesmo na fila aguardando liberação de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), familiares de pacientes internados em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Campo Grande afirmam que fechar o comércio de Campo Grande não é a solução para resolver a crise na saúde que se instalou na Capital com a pandemia da covid-19.

Viatura do Samu deixa Unidade de Pronto Atendimento na Capital. (Foto: KísieAinoã)
Viatura do Samu deixa Unidade de Pronto Atendimento na Capital. (Foto: KísieAinoã)

“Por mim não é fechar que vai impedir do vírus proliferar. Fecha o comércio, mas o povo continua com festas e aglomerações em casa. É melhor fiscalizar com rigor porque impedir o trabalho das lojas faz pessoas passarem fome, gente demitida e os postos superlotam do mesmo jeito”, comenta Edinéia Rodrigues Lacerda, de 49 anos.

Há dois dias a auxiliar de costura acompanha o irmão na UPA Santa Mônica porque não há vaga em um hospital para atendê-lo. Em tratamento de tuberculose, ele foi levado para a unidade depois de desmaiar, ter febre e dificuldade para dormir. Mesmo diante da situação crítica, Edicéia vê que a solução está além de fechar algumas atividades comerciais. “O que precisa é consciência da população e menos politicagem”, completa.

A mesma opinião é compartilhada pela auxiliar de cozinha Jaqueline Peita, de 35 anos. Ela também está na UPA Santa Mônica acompanhando a avó, uma idosa de 85 anos. “O comércio tem que girar, se você fecha, tem pai de família que vai ter de roubar e não vai resolver a situação”, pontua.

Ela usa como exemplo uma amiga, que segundo ela, “optou por ir a uma festa” e morreu aos 43 anos depois de ser infectada pelo novo coronavírus. “Deixou dois filhos”, lembra.

Com hospitais lotados, o sistema de saúde em Mato Grosso do Sul passou a improvisar leitos e atender acima da capacidade. Por conta disso, pacientes do Estado começaram a ser transferidos para outros que ofereceram ajuda humanitária à SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Ao analisar a situação, o autônomo. Robson Dias até acredita que manter apenas atividades essenciais surtiria efeito, no entanto, acredita que a medida isolada não surtiria efeito. “As pessoas não obedecem, pedem, mas não adianta. A população não se cuida, continuam se visitando”, afirma.

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