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Capital

Para quem sofre com o barulho, bares precisam estar em outro lugar

A favor da decisão judicial que derrubou limite de 90 decibéis, famílias vão à Câmara Municipal discutir lei do silêncio

Izabela Sanchez e Bruna Pasche | 17/12/2018 12:36
Maria Célia Oliveira defendeu "o lado" de quem não consegue dormir com o barulho durante audiência sobre a lei do silêncio (Foto: Henrique Kawaminami)
Maria Célia Oliveira defendeu "o lado" de quem não consegue dormir com o barulho durante audiência sobre a lei do silêncio (Foto: Henrique Kawaminami)

A lei do silêncio que hoje vigora em Campo Grande divide opiniões e nesta segunda-feira (17), lotou a Câmara Municipal em audiência pública que discute os limites do barulho produzido por bares e casas noturnas de Campo Grande. Vizinhos dos locais de entretenimento, famílias defendem que é necessário um novo mapeamento de moradias e bares.

O limite é criticado por empresários do setor, que há meses denunciam portas de estabelecimentos sendo fechadas na Capital em razão da lei. O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) acatou pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e derrubou a lei municipal que estabelecia até 90 decibéis em alguns casos para estabelecimentos noturnos. Com a mudança na legislação, passa a vigorar o previsto pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), de 45 decibéis.

Ninguém consegue dormir – Aposentada, Maria Celia Oliveira, 69 anos, defendeu com intensidade, durante a audiência, o direito ao descanso, e se identificou como “representante das mães e avós mal dormidas”. A moradora do bairro Vila Piratininga declarou, na tribuna, que a lei do silêncio também deveria ser estendida para o dia.

Como exemplo, ela citou enfermeiros e médicos que fazem plantão e demais pessoas que precisam dormir durante o dia. “Tem pessoas que tem bebê em casa, isso irrita os bebês e o choro dos bebês estressa os pais que não conseguem descansar. Os marmanjos querem se divertir as custa da paz dos outros”, comentou. “Esse é o pedido de uma avó desesperada. As pessoas podem se divertir, mas tem que abaixar o som”, complementou.

Maria explicou que cuida de dois bebês de 10 meses, os netos, para que a filha possa descansar. A aposentada defende que é necessária uma nova organização dos bares e casas noturnas, para que não fiquem junto às residências. “Minha pressão sobe com cinco minutos de som alto, tenho taquicardia, já fui parar no hospital, fico muito nervosa”.

“Não sou a única, assim como eu tem várias pessoas que não gostam e passam mal, mas ninguém tem coragem de falar, se manifestar e ir até a Câmara. Espero que essas pessoas tenham coragem e se juntem para ter força”, afirmou, ao dizer que, no local, poucas pessoas representavam quem é a favor do limite de som.

Quem também não encontra paz em meio ao barulho é o advogado Genivaldo Silva. Ele contou que vive ao lado de um clube. Durante esse final de semana, declarou, estava com visita em casa e o barulho atrapalhou. “Fomos obrigados a ouvir a música durante o dia todo até a noite”, relatou.

O advogado também defendeu mais estrutura por parte dos estabelecimentos. “Uma coisa dessa não tem condição, não é todo dia que você quer ouvir barulho na sua cabeça e acho que as casas de show têm que estar mais preparadas com estrutura acústica. Cada uma tem uma condição diferente”, questionou.

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