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Capital

Piloto empinava moto; “meu filho foi morto como passarinho”, diz pai

Edivaldo Bitencourt e Aliny Mary Dias | 04/11/2013 10:00
Brinquedos usados por menino morto por motociclista  são expostos em local do velório (Foto: Cleber Gellio)
Brinquedos usados por menino morto por motociclista são expostos em local do velório (Foto: Cleber Gellio)

João Carlos de Souza, 3 anos, foi morto por um piloto que empinava a motocicleta, no final da tarde de domingo (3), no Conjunto Tarsila do Amaral, na saída para Cuiabá em Campo Grande. “Ele pegou o meu filho como se ele fosse um passarinho, mas passarinho tem asas e meu filho não tinha”, afirmou o pai, Ediney Ferreira de Souza, durante o velório da criança, que acontece na casa da família.

Conforme relato de Ediney, o motociclista empinava a moto na Rua Mãe Menininha, desviou e atingiu o menino, que brincava perto do meio fio. “Assim como ele pegou o meu filho, poderia pegar qualquer outro”, contou o pai, sentado ao lado do caixão e com lágrimas constantes.

“O meu filho sempre um anjinho”, afirmou, aos prantos e bastante abalada a mãe, Carla Adrielly de Freitas. O menino deu o último suspiro nos braços dela. Carla só tinha um filho, João Carlos, e uma enteada, Maria, 5 anos, filha de Ediney.

Detalhes do pé do pai, atingido por motociclista irresponsável no Tarsila do Amaral (Foto: Cleber Gellio)
Detalhes do pé do pai, atingido por motociclista irresponsável no Tarsila do Amaral (Foto: Cleber Gellio)
Delegado consola pai de menino morto: "vamos pegar o autor, custe o que custar", garante Medeiros (Foto: Cleber Gellio)
Delegado consola pai de menino morto: "vamos pegar o autor, custe o que custar", garante Medeiros (Foto: Cleber Gellio)

Segundo a avó paterna, Marilene Ferreira, o menino ajudava a cuidar da irmã, apesar de ser mais novo. “Ele era tímido, quietinho e só fazia as coisas, como ir ao banheiro, após pedir”, contou. A avó quer Justiça. Eles formavam a dupla João e Maria, segundo vizinhos.

Familiares até descobriram o nome de um suspeito, foram até a casa do suposto autor da tragédia, mas não localizaram ninguém.

Investigação – A Polícia Civil terá dificuldades para encontrar o autor do homicídio culposo na direção de veículo e evasão do local do acidente. A motocicleta não tinha placa, segundo o delegado da 2ª Delegacia de Polícia, Weber Luciano de Medeiros.

“Vamos achar esta pessoa, custe o que custar. Será só uma questão de tempo”, garantiu Medeiros, que foi ao velório para conversar com vizinhos e familiares do menino. Ele disse que a comunidade pode ajudar fazendo denúncia anônima para entregar o suspeito do crime.

As denúncias podem ser feitas ao 190, da Polícia Militar.

O velório de João Carlos é marcado por emoção e desolação de vizinhos, familiares e amigos.

Vó chora a morte do neto: ele ajudava a cuidar da irmã maior (Foto: Cleber Gellio)
Vó chora a morte do neto: ele ajudava a cuidar da irmã maior (Foto: Cleber Gellio)
Carla chora a morte do único filho, que ajudava ela a cuidar da enteada: "era o meu anjinho" (Foto: Cleber Gellio)
Carla chora a morte do único filho, que ajudava ela a cuidar da enteada: "era o meu anjinho" (Foto: Cleber Gellio)
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