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Capital

População de local escolhido para sediar Carnaval teme a violência que a festa pode trazer

Ricardo Campos Jr. | 11/02/2011 13:00

Avenida se estende ao longo área deserta, sem construções

 População de local escolhido para sediar Carnaval teme a violência que a festa pode trazer

A Avenida Alfredo Scaff, escolhida para ser o novo “sambódromo” de Campo Grande, começa na avenida Presidente Vargas, onde fica a área residencial mais próxima, e se estende ao longo de um lugar deserto, sem construções. Localizada na região do Santo Amaro tem boa acessibilidade, mas traz consigo problemas de pouca iluminação e lixo jogado no matagal ao longo da via.

O Campo Grande News esteve pela manhã na região e conversou com os moradores que vivem no entorno do local. A dona de casa Eunice Moreti, 56 anos, mora na Presidente Vargas em frente onde “começa” a Alfredo Scaff. Barulho, para ela, não é problema desde que o carnaval traga as tão sonhadas melhorias na região.

“Para mim o matagal é pior que qualquer carnaval. O pessoal joga lixo, não respeita. É uma escuridão. Eu espero benefícios da Prefeitura. Moro há 33 anos aqui e nunca foi feito nada”, diz a dona de casa.

Eunice mora em frente ao cruzamento da avenida Presidente Vargas com a Alfredo Scaff, onde começa o local escolhido para sediar o carnaval. Ela espera que carnaval traga melhorias na região. (Foto: João Garrigó)
Eunice mora em frente ao cruzamento da avenida Presidente Vargas com a Alfredo Scaff, onde começa o local escolhido para sediar o carnaval. Ela espera que carnaval traga melhorias na região. (Foto: João Garrigó)

Ela espera que, para dar suporte a estrutura do desfile, o mato seja aparado e iluminação pública seja feita no lugar. Entretanto, a vizinha dela, Cleuza Borges, 57 anos, lembra que há muito tempo a festa de Santo Antônio foi realizada no local e, apesar de o barulho não ter incomodado, trouxe violência. Para ela, o carnaval deverá ter esquema que traga segurança dentro e fora da festa.

“Lá eles não brigam porque tem policial e vem brigar em frente da casa da gente. A festa é muito legal e eu gosto. Mas tem até tiroteio em frente de casa”, diz a aposentada.

Distante - A auxiliar administrativa Lívia Ribeiro Matos Sunaga, 22 anos, vive em um apartamento no residencial Flamingos em frente à praça do Papa, lado oposto à avenida Alfredo Scaff. Apesar de estar um tanto longe do local por onde as escolas de samba passarão diz ter receio quanto à violência.

“Eu acho que não deveria, ainda mais porque é uma área residencial. Se trouxer carnaval para cá vai trazer junto gente que não deve. Bebida, pessoas de outras regiões que vão vir para cá. Aqui é um lugar bem família”, diz a auxiliar administrativa.

Na opinião dela, grande parte dos moradores poderão sentir-se incomodados com a festa. “É um condomínio antigo. Tem muita gente de idade”.

A cabeleireira Paula Helena Albanezi, 34 anos, mora na rua dos Crisântemos, em frente ao condomínio, ao lado da praça. Na opinião dela, a festa em si é inofensiva aos ouvidos. A preocupação novamente é segurança. “A questão do barulho não é nem um problema. Carnaval é carnaval. O problema são os maloqueiros”, diz.

Local escolhido para sediar desfile das escolas de samba se estende ao longo de área deserta
Local escolhido para sediar desfile das escolas de samba se estende ao longo de área deserta

A enfermeira Valéria Pacheco Carvalho tem opinião mais radical e não concorda com a festa ao lado de casa, visto que mora no Flamingos. “Para mim violência e barulho incomodam igual. Eu acho que não é viável. Aqui também tem moradores. Não á justo vir para nosso lado”, diz a enfermeira.

O comerciante Lori Barbosa, 49 anos, espera aproveitar o movimento que o carnaval trará para ganhar um dinheiro a mais em sua lanchonete, que fica em frente à praça do Papa. “Talvez eu pegue bons dias aqui”, diz.

Ele mora no residencial, não se diz incomodado com o barulho, mas admite que a festa tão perto provocará reclamações dos vizinhos. “Quanto à questão comercial seria bom. Quanto ao residencial não. Quem reside quer paz. Eu não me incomodo”, afirma o comerciante.

Decisão - Ainda falta uma série de procedimentos burocráticos para levar o desfile das escolas de samba ao Santo Amaro. De acordo com o diretor-presidente da Fundac, Roberto Figueiredo, desde ontem, são providenciados documentos para que a festa seja feita neste local.

Roberto afirmou que a rua escolhida atende a todos os requisitos e considera iluminação um dos principais problemas do lugar e espera que seja resolvido pela Prefeitura em tempo para a festa.

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