“Não servem nem pra ser catadores de lixo”: pais denunciam professor por coação
Um aluno gravou áudios das aulas como prova das ofensas, mas foi repreendido por outros funcionários da escola
A frase dita por um professor de língua portuguesa a alunos do 7º ano de uma escola municipal no conjunto residencial Mata do Jacinto, em Campo Grande, acendeu o alerta entre os pais e culminou em uma série de denúncias formais por maus-tratos, humilhações e coação psicológica contra crianças. “Não servem nem pra ser catadores de lixo”, teria dito o educador, segundo relato de um dos estudantes à família.
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Professor de língua portuguesa de escola municipal em Campo Grande é alvo de denúncias por maus-tratos, humilhações e coação psicológica contra alunos do 7º ano. Pais registraram boletim de ocorrência na DEPCA após o docente ofender os estudantes com frases como "não servem nem para ser catadores de lixo", "imbecil" e "inútil". Um dos alunos gravou áudios das aulas como prova das ofensas, mas teria sido coagido por outros funcionários da escola após a gravação vir à tona. Pais alegam que o professor cobra conteúdo diferente do ensinado em avaliações e que já haviam reclamado à direção da escola e à Secretaria Municipal de Educação sem sucesso. A escola informou que analisará o conteúdo ministrado pelo professor. A Semed e a delegada da DEPCA não se pronunciaram sobre o caso.
A partir desse episódio, a situação ganhou proporções maiores, resultando em boletins de ocorrência e pedido de medida protetiva. O caso foi registrado na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) nesta terça-feira (27), por volta das 18h, por uma mãe de 36 anos, instrumentadora cirúrgica, cujo filho de 12 anos é uma das vítimas.
No boletim, ela afirma que desde o início do ano letivo, o professor tem destratado o menino com ofensas como “imbecil”, “inútil” e “não vai ser ninguém na vida”.
Preocupada com o abalo emocional do filho, a mãe o orientou a gravar as aulas como forma de reunir provas. O áudio, entregue à polícia em um pendrive, mostra o educador ofendendo os alunos. Após a gravação vir à tona, o menino teria sido coagido por uma professora substituta e uma auxiliar de sala, que o repreenderam publicamente por ter registrado os abusos. Ele chegou a escrever um bilhete explicando por que gravou o áudio, entregue à auxiliar.
Além disso, os pais relataram que já haviam feito reclamações à direção da escola e formalizado denúncia à Semed (Secretaria Municipal de Educação).
“Não é a primeira vez que isso acontece. Há anos esse professor tem comportamentos agressivos e constrangedores com as crianças. Não entendemos por que continua em sala de aula”, disse a mãe de outro aluno, de 33 anos, que também preferiu não se identificar.
A denúncia também menciona que o professor frequentemente passa um conteúdo e cobra outro nas avaliações, dizendo frases como “quero que os alunos se danem”. Outros pais reforçam que os filhos estão emocionalmente abalados e se sentem intimidados com a postura do docente.
A direção da escola informou aos pais que a equipe pedagógica fará uma análise do conteúdo ministrado pelo professor, comparando com o planejamento apresentado, para averiguar os relatos.
A reportagem procurou a Semed por e-mail, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. A delegada titular da DEPCA, Anne Karine Trevizan, disse que não se manifestará sobre o caso.
Os nomes dos pais e alunos foram preservados para garantir a segurança dos envolvidos.
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