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Capital

Postos ainda estão sem vacinas contra gripe para grupos prioritários

Fernanda Mathias e Guilherme Henri | 24/05/2016 11:01
No posto Nova Bahia, não havia vacina e não há previsão de chegar mais doses (Foto: Fernando Antunes)
No posto Nova Bahia, não havia vacina e não há previsão de chegar mais doses (Foto: Fernando Antunes)

Diferente da informação que a Prefeitura de Campo Grande repassou na sexta-feira (20), de que a vacinação a integrantes de grupos prioritários contra o vírus H1N1 – gripe A ou gripe suína – continuaria mesmo com o encerramento da campanha, não há doses nas unidades básicas de saúde.

Na manhã desta terça-feira (24), o Campo Grande News passou em três postos e nenhum deles tinha a vacina. Já na sexta-feira, último dia de campanha, faltavam doses em vários deles. A Prefeitura também não explica como há falta de vacinas uma vez que recebeu quase 30 mil doses a mais do que número de pessoas imunizadas. O secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, informou que será instaurada sindicância para apurar a destinação das doses.

Na semana passada, o município informou que acionou o MPE (Ministério Público Estadual) e o MPF (Ministério Público Federal) alegando que não recebeu o estoque necessário. O governo informou que além de volume suficiente para cobertura de todo grupo prioritário, o município recebeu uma reserva técnica de oito mil doses, mas a estratégia de vacinar em pontos como shoppings e supermercados acabou fazendo com que as doses fossem aplicadas em pessoas de fora do grupo prioritário.

Sem vacina – Nenhum dos três postos de saúde percorridos esta manhã pela reportagem tinha vacina que previne a gripe A. No posto do bairro Nova Bahia, um funcionário informou à reportagem que não há vacina desde sexta-feira e sem previsão de chegar novas doses. 

A professora Andrea Ferraz Oliver, 49 anos, que trata um câncer e está no grupo prioritário, diz que ficou aliviada por ter conseguido se vacinar em casa, na semana passada, visitada por agentes de saúde. “Estou aliviadíssima, mas ao mesmo tempo triste de saber que outras pessoas que lutam pela vida não conseguem a vacina. Uma situação triste e preocupante”.

No Coronel Antoninio, Luiz Carlos Lopes, tentou vacinar o filho pela quinta vez. Mas não conseguiu (Foto: Fernando Antunes)
No Coronel Antoninio, Luiz Carlos Lopes, tentou vacinar o filho pela quinta vez. Mas não conseguiu (Foto: Fernando Antunes)

No Coronel Antonino, o auxiliar de produção Luiz Carlos Lopes, 19 anos, tentava vacinar o filho, de dois anos. Essa era a quinta tentativa e, conforme novos casos de morte são confirmados, a preocupação aumenta.

“Somos tratados como bicho, as pessoas são mal educadas ao informar que não tem a vacina. E se fizer algo ainda é preso por desacato. É um total descaso com a população”.

Juliana Teixeira foi informada na USB do Coronel Antonino que vacina só no ano que vem (Foto: Fernando Antunes)
Juliana Teixeira foi informada na USB do Coronel Antonino que vacina só no ano que vem (Foto: Fernando Antunes)

Também na UBSF do bairro Estrela Dalva não havia mais vacina para o grupo prioritário. A dona de casa Juliana Teixeira da Costa, 28 anos, saía do posto com os filhos, um de 3 anos e um bebê de sete meses, sem conseguir a imunização. “Não é a primeira vez também tentei no Nova Bahia. Quero vacinar, diz que é grave, né”. No posto, Juliana diz ter sido informada que só conseguiria a dose no ano que vem.

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