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Capital

Preso por matar "Grazi" chegou a dopar mulher para investigar traição no celular

Justiça ouviu nesta terça-feira testemunhas de acusação contra Rômulo Rodrigues Dias, preso por feminicídio

Marta Ferreira | 25/08/2020 16:45
Rômulo Rodrigues Dias, preso desde abril por matar Graziela e sumir com o corpo. (Foto: Reprodução do Google Meet)
Rômulo Rodrigues Dias, preso desde abril por matar Graziela e sumir com o corpo. (Foto: Reprodução do Google Meet)

Audiência de instrução e julgamento para ouvir as testemunhas de acusação, nesta tarde, trouxe à tona mais um episódio comprometedor para o réu pelo feminicídio de Graziela Pinheiro Rubiano, 36 anos. Ela sumiu sem deixar vestígio em abril deste ano e, para a acusação, foi morta e esquartejada pelo marido, Rômulo Rodrigues Dias, 34 anos, com quem vivia no Bairro Jóquei Club, em Campo Grande.

Ao juiz, ao promotor e na frente dos advogados da defesa do acusado, por meio de videoconferência, Reginaldo Soares Souza - com quem a vítima manteve relacionamento enquanto ainda estava com Rômulo - contou que havia ciúme ao ponto de o réu ter dopado a companheira para tentar acessar o celular dela e investigar suspeita de traição.

O relato é de que “Grazi”, como era conhecida, acordou certo dia com o marido tentando colocar os dedos dela no espaço reservado ao reconhecimento de digitais.

Reginaldo trabalhava na mesma empresa do casal, uma marmoraria. Segundo ele, “Grazi” afirmava estar em fase de separação.

Eles só moravam na mesma casa”, disse, a partir das informações recebidas dela em vida. Perguntado pelo promotor Douglas Oldegardo dos Santos se Rômulo sabia do relacionamento extraconjugal, afirmou acreditar que não.

Para a investigação, porém, Rômulo matou Graziela por descobrir-se traído. Reginaldo admitiu que no sábado, 5 de abril, esteve em um motel com ela. Disse não ter notado alguém seguindo o casal ou algo do tipo.

O inquérito policial, no qual se baseia a acusação da promotoria, informa que Rômulo descobriu o caso entre a mulher e o colega de trabalho, esteve na região do motel e, quando “Grazi” voltou para casa cometeu o assassinato e se desfez do corpo, esquartejando.

Hoje foi a primeira audiência do caso. Entre as 11 testemunhas relacionadas, além de Reginaldo, estavam dois policiais civis da DEH (Delegacia Especializada em Repressão a Homicídios) que atuaram no caso, a diretora da escola de Enfermagem onde o casal estudava, uma colega de sala de aula com quem Rômulo conversou depois do sumiço da mulher, o dono da marmoraria e o dono da casa onde eles moravam de aluguel no Jóquei Clube.

Estava relacionado também o vigia do loteamento localizado no Balneário Atlântico, mas ele não foi ouvido e será marcada nova data.

Em linhas gerais, os depoimentos reforçaram o que o inquérito policial e a denúncia apontaram. Segundo as descrições, Rômulo agiu normalmente após o sumiço de Graziela, inclusive indo trabalhar, e contou às pessoas que ela havia ido embora de Campo Grande depois de ele ter descoberto relacionamento com uma mulher.

O sumiço de "Grazi" foi informado à Polícia Civil por amigas e não pelo marido. Ele chegou a mostrar para as pessoas vídeo íntimo dela, o que foi relatado pela dona da escola de Enfermagem ao juiz nesta terça.

Agora, o magistrado do caso, Aluízio  Pereira dos Santos, da  2ª Vara do Tribunal do Júri, vai marcar nova data para ouvir a testemunha de acusação que faltou e depois a sessão para depoimento das testemunhas de defesa.

Rômulo é reu por feminicídio e ocultação de cadáver. A investigação mostrou que havia sangue no carro dele e era compatível com o da filha de Graziela Rubiano.

A defesa contesta a acusação e diz que não há provas de assassinato. O réu está preso no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

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