ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Professores temporários dizem que contratação dia 19 vai prejudicar alunos

Flávia Lima | 09/02/2015 14:35
Comissão de professores conversa com secretária Maria Cecília na tentiva de garantir a antecipação dos contratos. (Foto:Divulgação)
Comissão de professores conversa com secretária Maria Cecília na tentiva de garantir a antecipação dos contratos. (Foto:Divulgação)

Uma comissão de professores convocados da rede estadual de ensino se reuniu na manhã desta segunda-feira (9) com a secretária de Educação, Maria Cecília Amêndola da Mota para solicitar a antecipação da contratação da categoria e reivindicar que o primeiro pagamento do ano desses cargos ocorra já em março.

Como as aulas nas escolas estaduais começam no dia 19 de fevereiro, após o fechamento da folha de pagamento, a categoria, que hoje soma 10,8 mil profissionais, só receberia em abril, já que seus contratos seriam firmados a partir do dia 19.

O quadro de professores da rede estadual tem hoje cerca de 56% de contratados. Apenas nove mil são efetivos. Para atender esta demanda que ficaria sem salário em março, a categoria sugeriu o lançamento de uma folha de pagamento suplementar para pagar os dias trabalhados em fevereiro no mês seguinte, já que independente da convocação antecipada, os professores terão que iniciar os trabalhos de preparação do ano letivo dia 12, junto com os efetivos.

Segundo o professor Gilvano Bronzone, integrante da comissão, mesmo com a orientação de chamar os temporários apenas dia 19, alguns diretores estão pedindo seu retorno esta semana para ajudar na preparação da Jornada Pedagógica, período que antecede o início das aulas onde os professores discutem o planejamento do ano, além de participarem de palestras e reuniões e organizar a escola para receber os alunos.

Ocorre que em algumas escolas pelo menos 70% do quadro de professores é formado por temporários. “Mais complicado do que ir trabalhar sem receber é comprometer a qualidade do trabalho que será desenvolvido durante o ano. Quem sai prejudicado é o aluno”, ressalta o professor. “Como vamos preparar esse planejamento se nossa convocação será a partir do dia 19?”, questiona. Ele diz que é fundamental iniciar os trabalhos junto com os efetivos para garantir a qualidade do projeto pedagógico que será aplicado durante o ano.

A secretária de Educação concordou com os argumentos e reivindicações da categoria, porém antecipou que durante conversa com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), na sexta-feira, ele foi relutante em dizer que as contratações ocorrerão apenas a partir do dia 19. “O máximo de antecipação que ele permitiu foi dia 18, mas voltarei a insistir com ele sobre o pedido de vocês. O problema é que o Estado tem um plano de governo e se nós anteciparmos a contratação aqui na Capital, teremos que fazer em todos os municípios”, explicou.

Maria Cecília destacou ainda que o governo vai se empenhar em realizar concursos para reduzir o número de temporários. “Isso é mais um problema que deixaram de herança. O número de convocados nunca poderia ser superior a 10%”, afirmou.

Segundo ela, a intenção é conseguir ao menos resolver a questão do pagamento para março. Ela deverá se reunir com o governador até o final da tarde desta segunda-feira. “A questão da folha suplementar não depende de mim, cabe a secretaria de Administração verificar a possibilidade”, disse.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT), que participou da reunião representando a vice-governadora Rose Modesto, disse que vai tentar fazer com que o governo faça uma força-tarefa para efetuar o pagamento dos professores temporários pelo menos até o dia dez de fevereiro. “Não precisa pagá-los no quinto dia útil, mas é importante que eles não fiquem sem o salário porque todos tem compromisso e ninguém gosta de trabalhar de graça”, destacou.

Em Campo Grande

Já na Reme (Rede Municipal de Educação), a situação foi resolvida a contento dos temporários. A Prefeitura de Campo Grande deve convocar, a partir de amanhã, professores para a formação pedagógica na Semed (Secretaria Municipal de Educação). Os salários, conforme o prefeito Gilmar Olarte (PP), serão pagos em folha complementar no mês de março.

Para conseguir a convocação antecipada, os cerca de 20 dos 3,2 mil profissionais que atuam temporariamente na Semed buscaram apoio dos vereadores Eduardo Romero (PT do B), Luiza Ribeiro (PPS) e João Rocha (PSDB) para resolver a questão. Inicialmente, a previsão era de que os professores retornassem junto com as aulas em 19 de fevereiro.

Ângela Brito, titular da Secretaria de Educação, reafirmou aos professores que eles serão convocados para formação pedagógica em conjunto com os servidores concursados. Ela também pontuou que concurso para o segmento deve ser realizado ainda neste ano.

Nos siga no Google Notícias