Profissionais de Saúde terão apoio psicológico para lidar com crise do corona
Sentimentos de ansiedade, angústia e depressão têm sido comuns entre os que trabalham na linha de frente de combate ao novo vírus
Os profissionais da Saúde de Campo Grande terão apoio psicológico para lidar com sentimentos como estresse, ansiedade, angústia e depressão durante o período de pandemia do coronavírus. Os atendimentos serão realizados por meio de ligações telefônicas em sessões com duração de até 30 minutos.
De acordo com o coordenador do projeto, psicólogo Paulo Godofredo Barbosa de Carvalho a ideia da criação do serviço surgiu de profissionais que trabalham na atenção básica à Saúde.
Segundo ele, alguns servidores já foram afastados das atividades após sofrerem o impacto psicológico causado pelo coronavírus. Ele não soube precisar a quantidade, mas informou que há relatos de “muitos profissionais angustiados, com sintomas de ansiedade e depressão”.
Parte da origem deste sentimento, segundo ele, tem relação com a decisão de alguns de se afastar completamente da família. Como estão em contato direto com os pacientes, alguns profissionais preferem não retornar para casa e se abrigar em outro local. “A saudade também é um sentimento que precisa ser trabalho”, pontua o psicólogo.
O fato de não haver medicação ou vacina para o controle da doença, além da necessidade de se acompanhar todas as normas e portaria relacionadas ao coronavírus também são fatores que aumentam o estresse destes profissionais.
“Apesar de todos os profissionais serem treinados para lidar com as mazelas humanas durante um período de pandemia as preocupações aumentam. Por mais que o profissional esteja equipado ele sente medo por não saber como vai sair dali”.
Entre os dias 1º e 15 de abril há apenas um registro de prorrogação de afastamento de servidor no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande). Não é possível saber o motivo, Carvalho confirma que há servidores afastados em decorrência das complicações psicológicas causadas pela pandemia.
Em relação a estas ocorrências mais graves, o coordenador não descarta a possibilidade de atendimento domiciliar, mas só em último caso. Em princípio, eles serão orientados a buscar uma unidade de Saúde.
O titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) comentou sobre os impactos reais causados pela pandemia que alterou a rotina de todos os campo-grandenses. “ Na linha de frente temos profissionais de saúde que também passam por processo de estresse, ansiedade, medo e angústia, e por isso existe a necessidade de darmos esse suporte aos nossos servidores”.
Ao todo, oito psicólogos irão receber celulares doados pela Receita Federal para realizar os atendimentos.