ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Capital

‘Quem sabe no Bar do Zé?’, questiona prefeito sobre estátua de poeta

Marquinhos garantiu que vai obedecer decisão judicial e escolhe outro local para instalar a estátua em homenagem a Manoel de Barros

Anahi Zurutuza e Mayara Bueno | 06/09/2017 10:48
Prefeito Marquinhos Trad faz discurso durante agenda pública na manhã desta quarta-feira (Foto: André Bittar)
Prefeito Marquinhos Trad faz discurso durante agenda pública na manhã desta quarta-feira (Foto: André Bittar)

A polêmica sobre o local da instalação da estátua de bronze em homenagem a Manoel de Barros tomou contornos de um repente. Para dizer que vai obedecer a decisão do juiz David de Oliveira Gomes Filho e que não vai entrar em batalha judicial para instala o monumento no canteiro central da avenida Afonso Pena, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) também apelou para a rima.

“Se foi ‘E agora José?’ e ‘E agora Mané?’, quem sabe no Bar do Zé?”, disse ao ser questionado sobre a “sentença-poética” dada nesta segunda-feira (4).

O chefe do Executivo municipal diz que estuda instalar a estátua em frente ao Bar do Zé, tradicional ponto de encontro de Campo Grande no calçadão da rua Barão do Rio Branco e local propício para quem quiser conversar com o poeta.

Mas, antes da decisão final, Marquinhos disse que vai abrir uma consulta pública. O prefeito só não sabe ainda como viabilizar a pesquisa, se pelo site da Prefeitura de Campo Grande ou por meio de empresa especializada. 

“Vamos obedecer [a decisão judicial], assim como todas as recomendações e decisões da Justiça, que não são poucas”, garantiu.

O juiz poeta – “E agora, Mané? Talvez Carlos Drummond de Andrade, no lugar deste juiz, começasse sua decisão assim: ‘E agora, Mané?’”. É com esta frase que David de Oliveira Gomes Filho, titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, iniciou a decisão dele sobre o destino da estátua. O juiz que escreveu setença inspirada disse, no próprio texto, que foi acometido pelo “efeito Manoel de Barros”. 

Para o magistrado, ela deve ir para outro lugar que não o sítio arqueológico do Exército e canteiro tombado como patrimônio histórico e cultura, como o da Afonso Pena, no centro da cidade. A ideia da Prefeitura de Campo Grande era instalar a homenagem no trecho da avenida entre as ruas 13 de Maio e Rui Barbosa.

Para que o canteiro sofra qualquer alteração, inclusive o acréscimo de uma estátua, é preciso análise técnica e autorização de órgãos responsáveis pelo patrimônio de Campo Grande.

Fundamentado neste fato, o juiz determinou que a estátua seja instalada em outro lugar sob pena de multa de R$ 100 mil caso a administração municipal descumpra a ordem.

O criador, o artista plástico Ique (ao fundo), e a criatura (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
O criador, o artista plástico Ique (ao fundo), e a criatura (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Estátua - O cartunista e escultor campo-grandense Victor Henrique Woitschach, o Ique, entregou no dia 18 de abril a estátua em tamanho real de Manoel de Barros. 

A escultura tem 1,38 metro e 400 kg de bronze. Desde então, ela ficará guardada no Marco (Museu de Arte Contemporânea), mas o público não terá acesso.

Orçada em R$ 232 mil, a estátua doi encomendada pelo Governo do Estado e projetada para que as pessoas possam se sentar ao lado do poeta. A pretensão da administração estadual é da instalação marcar o início das comemorações dos 40 anos de Mato Grosso do Sul.

Nos siga no Google Notícias