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Capital

Secretaria prepara ofensiva contra ‘jogos da morte’ na rede municipal

Pais e professores devem estar atentos aos sinais de que crianças e adolescentes estejam participando das ‘brincadeiras’

Anahi Zurutuza e Yarima Mecchi | 21/04/2017 14:26
Secretaria prepara ofensiva contra ‘jogos da morte’ na rede municipal
Reunião da secretária de educação com professores (Foto: Semed/Divulgação)

Embora lidem com crianças e alunos no início da adolescência, com até 14 anos em geral, escolas municipais de Campo Grande também preparam ofensiva contra os jogos “Baleia Azul” e “Fadas de Fogo”, que podem levar à morte.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) está preparando comunicado para enviar aos diretores das 94 unidades da Reme (Rede Municipal de Ensino) e determinar que todos convoquem reuniões de pais.

Preocupada com a repercussão dos jogos, a secretária de Educação Ilza Mateus afirma que além de orientar os pais dos alunos a respeito da existência do “jogos da morte”, a Semed vai determinar que as direções instruam professores a prestarem mais atenção nos alunos e a detectarem sinais de que o estudante possa estar participando ou sendo influenciado por tais “brincadeiras”.

Orientações – Nesta semana, em reunião com diretores participantes do programa Mais Educação, a secretária aproveitou para adiantar as recomendações da Semed.

Professores, diretores e pais devem prestar atenção nas mudanças radicais de comportamento – agressividade, isolamento e tristeza são sinais, conforme técnicos da SED (Secretaria de Estado de Educação) já haviam divulgado. “A escola deve imediatamente comunicar os pais caso perceba alguma alterações e, se for o caso, o Conselho Tutelar”, afirmou a secretária por meio da assessoria de imprensa.

A Semed orienta ainda que pais redobrem os cuidados com os filhos nas redes sociais e na internet.

Na manhã desta sexta-feira (21), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) também comentou sobre os jogos que ele classificou como “maléficos”. “Vamos convocar reuniões e queremos toda a família participando. Se não tem diálogo, tragédias como esta acontecem. Falta que pais assumam mais responsabilidade também, porque a gente vai às reuniões nas escolas e só encontra mãe e avó”.

O prefeito lembrou que escolas e pais podem buscar apoio nos Caps (Centros de Apoio Psicossocial). “Vamos ter de trabalhar com o que temos”.

Secretaria prepara ofensiva contra ‘jogos da morte’ na rede municipal
Jogo de internet Baleia Azul estaria incentivando adolescentes a cometerem automutilação (Imagem: Internet)

Jogos – O Baleia Azul, ou Blue Whale, é um game que está preocupando a população em diversos países do mundo e, recentemente, no Brasil. O jogo teria sido criado na Rússia e propagado para outros lugares por meio da internet, em grupos fechados do Facebook e WhatsApp, com foco principalmente em adolescentes.

Funciona com um moderador, que lança desafios “macabros”, que vão desde a escrita de frases e códigos feitos com lâminas nas mãos e nos braços, frequentar locais perigosos de madrugada, como telhados de edifícios, trilhos de trem e guinchos, até a tarefa final, que é tirar a própria vida.

Casos misteriosos de mortes de jovens em Minas Gerais e Mato Grosso estão sendo investigados para averiguar a relação com o Baleia Azul.

Em Mato Grosso do Sul, professores de duas escolas de Ponta Porã procuraram a 1ª Delegacia da Polícia Civil do município – a 346 km de Campo Grande – na manhã de quarta-feira (19), depois que tiveram acesso a uma mensagem com ameaças de envenenamento coletivo.

A suspeita é que o autor do texto estaria participando do “Baleia Azul”.

Já o Fadas de Fogo incentivaria crianças a ligarem o fogão de casa no meio da noite e repetirem palavras mágicas. Fora do Brasil foram registrados casos de crianças que tiveram queimaduras graves e a suspeita é que elas tenham cumprido a tarefa proposta pela “brincadeira”.

“Os 13 porquês” – A Semed também fará no comunicado, alerta sobre o seriado da Netflix “13 Reasons Why”, que conta a história de uma adolescente americana vítima de bullying que se suicida. A classificação indicativa é para maiores de 18 anos.

“O tema é muito complexo e precisa ser debatido com responsabilidade, além de abordar as questões expostas na série de forma mais profunda”, informou a secretaria.

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