Sem direito a velório, corpo de pastor é sepultado com pedidos de respostas
"O que resta é a tristeza, dor e mágoa”, resumiu uma tia
O avançado estado de decomposição em que estava o corpo do pastor Júnior Lopes, tirou da família o direito de velar o rapaz, encontrado morto na manhã desta quinta-feira (26), aos 28 anos. O jovem foi enterrado na tarde desta sexta-feira (27), em caixão lacrado, sob o choro de uma família desolada que procura por respostas.
“A família está arrasada. A gente não sabe o que aconteceu e, aparentemente, não havia motivo para o que aconteceu. Ele era da igreja, sempre fazia ações sociais, inclusive, o dia em que sumiu, foi resolver sobre uma ação que estava promovendo na igreja”, afirma Aparecida Souza, de 66 anos, tia de Júnior.
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Aparecida era uma das 80 pessoas que aguardavam pela liberação do corpo na Pax Real, na Avenida Bandeirantes. De lá, o grupo saiu em cerca de 50 veículos em direção ao Cemitério Santo Amaro. Ao chegar, o clima de comoção se intensificou e alguns familiares chegaram a passar mal. “O que resta é a tristeza, dor e mágoa”, resumiu a tia.
Abalada, a mãe de Júnior, Venina dos Santos, disse que não entende o motivo do filho ter tido uma morte tão trágica. “Ele era alegre, divertido e companheiro. Ele era muito querido e a prova disso foi que todos se empenharam para ajudar a procurar quando ele sumiu”, comentou.
O caso - O pastor era procurado desde a noite de segunda-feira (23). Por volta das 19 horas, saiu de casa para ir até a igreja, onde iria se encontrar com outros fiéis em um grupo de orações, mas nem chegou ao local.
A última notícia que a família teve, foi de que o pastor havia sido visto justamente nos arredores do Bairro Aero Rancho, onde foi localizado morto.
O corpo estava boiando no Rio Anhanduí, no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Rachel de Queiroz, no Aero Rancho, por pessoas que passavam pela região. A família foi avisada logo em seguida, chegou antes da polícia e reconheceu Júnior. Amigos também foram para o local e acompanharam o Corpo de Bombeiros entrarem nas águas para resgatar o cadáver.
No corpo, foi possível ver lesões nas costas e no pescoço, mas ainda não há informações se os ferimentos causaram a morte ou aconteceram depois disso. No momento em que desapareceu, Valdenei estava usando uma camiseta do São Paulo, calça preta de tecido e chinelo de dedo azul, mas ele foi encontrado apenas de cueca.