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Capital

Sem laudos, polícia ainda não definiu se morte em lava jato foi homicídio

Amanda Bogo | 07/03/2017 15:59
Wesner, de 17 anos, morreu após parada cardiorrespiratória (Foto: Arquivo pessoal)
Wesner, de 17 anos, morreu após parada cardiorrespiratória (Foto: Arquivo pessoal)

Quase um mês após a morte do adolescente Wesner Moreira da Silva, 17 anos, agredido com uma mangueira ar comprimido no ânus em um lava jato no Jardim Morumbi, região sul de Campo Grande, a polícia não definiu a natureza do crime - se será tratado como lesão corporal seguida de morte ou homicídio doloso.

De acordo com o delegado titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sérgio Lauretto, o inquérito do caso continua aberto, pois faltam dois laudos da criminalística e um do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).

“Só com os laudos em mãos vamos poder definir se o caso será tipificado como lesão corporal seguida de morte ou homicídio”, afirmou, nesta terça-feira (7).

Os dois suspeitos de terem cometido o crime contra o adolescente são Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, dono do lava jato, e Willian Henrique Larrea, 30 anos. Eles já foram ouvidos na Depca, onde o caso é investigado como lesão corporal grave. “A situação é normal, agora eles aguardam para serem chamados”.

Recentemente, o delegado afirmou ao Campo Grande News que “há grande possibilidade” de os autores responderem pelo crime de homicídio, pois “assumiram o risco de matar a vítima”.

Impasse - A falta de consenso sobre a natureza do crime que resultou na morte do adolescente fez com que o Justiça negasse pelo segundo dia seguido a prisão dos autores.

Thiago e Willian tiveram pedidos de prisão encaminhados à Justiça Estadual. Porém, no dia 16 de fevereiro, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, declinou do caso e o encaminhou para outra vara.

O motivo foi o entendimento dele de que caso se trata de um homicídio doloso, ao invés de uma lesão corporal grave que resultou em morte posterior. Assim, o caso parou nas mãos de Carlos Alberto Garcete, juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, que negou a prisão dos envovlidos no dia 17 do mês passado.

Entretanto, hoje o magistrado também negou a prisão e também afirmou entender que o caso deve ser julgado pelo colega que encaminhou o caso à ele. "Haja vista que o Ministério Público entendeu, num primeiro momento, que se trata de crime de lesão corporal seguida de morte, e não de crime doloso contra a vida", justificou o juiz.

Uma sessão com os desembargadores do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) esta prevista para que se chegue a um consenso sobre como o crime será tratado. A assessoria de imprensa do tribunal disse que não há previsão para que isso ocorra, e que não pode dar mais informações devido ao processo correr em segredo de justiça.

Crime – Quem fez a denúncia contra a dupla foi o primo da vítima, de 28 anos, em 3 de fevereiro, mesmo dia do crime. No relato à delegacia, o rapaz disse que o adolescente “brincava com os colegas de trabalho”, quando um dos homens o agarrou e o dono do estabelecimento inseriu a mangueira de ar comprimido no ânus do garoto.

Wesner teve hemorragia grave e uma parada cardiorespiratória na Santa Casa no dia 14 de fevereiro. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, onde o adolescente de 17 anos estava internado há 11 dias, ele morreu às 13h35 depois que médicos tentaram reanimá-lo por 45 minutos.

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