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Capital

Sendo ato irregular, delegado pode responder por abuso de autoridade, diz Adepol

Presidente da Adepol, delegada Aline Sinnott ressalta que não fará juízo de valor e que aguarda investigação

Guilherme Correia | 17/02/2022 11:39
Presidente da Adepol, Aline Sinnott, se posicionou em favor da investigação do caso. (Foto: Henrique Kawaminami)
Presidente da Adepol, Aline Sinnott, se posicionou em favor da investigação do caso. (Foto: Henrique Kawaminami)

A presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado) de Mato Grosso do Sul, Aline Sinott, ressalta que é favorável à investigação do caso que envolve delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, que disparou contra um veículo para que parasse, após a motorista exibir o dedo médio a ele, em Campo Grande.

Ao Campo Grande News, a delegada afirma que a apuração vai apontar para “aqueles que, de fato, devem responder” pelo crime.

Desta forma, seja pela hipótese de que a motorista tenha, de fato, cometido infrações de trânsito quanto pelo entendimento de que o agente teve uma abordagem inadequada, ela avalia que o trabalho investigativo irá revelar a verdade.

Seja a condutora, seja o delegado-geral, nós estamos ao lado da Justiça. Se isso for confirmado, pode ser, sim, abuso de autoridade. Não compactuamos com nenhum tipo de arbitrariedade ou abuso de poder. Nós compactuamos, sim, com a apuração verdadeira dos atos. Não posso me antecipar a um juízo de valor.”

Nesta manhã, Adepol e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) estadual afirmaram que acompanharão o caso.

O posicionamento da Associação dos Delegados foi publicado nesta quinta-feira (17), no site oficial da instituição, em relação ao caso que aconteceu ontem. A nota divulgada se baseia no relato de Adriano, registrado em boletim de ocorrência.

Sinott ressalta que não fará "juízo de valor" e que espera pela investigação, que envolve o agente e a cidadã. “A associação acredita na apuração dos fatos e que a verdade vai ser esclarecida, de acordo com a investigação."

"Nós apoiamos a Polícia Judiciária e a correção de atividades. Não posso me antecipar a um fato que ainda não foi investigado profundamente. Nós acreditamos, de fato, na investigação, e que os fatores serão devidamente apurados.”

Carro foi parado a tiros por delegado-geral na quarta-feira. (Foto: Kísie Ainoã)
Carro foi parado a tiros por delegado-geral na quarta-feira. (Foto: Kísie Ainoã)

O caso - De acordo com boletim de ocorrência, o delegado-geral perseguiu a motorista, após ela ter mostrado o dedo médio a ele. Segundo o agente, ela o "fechou" na pista e fugiu, mas a mulher nega que tenha cometido infração.

Ela dirigia um Renault Kwid e parou o veículo quando houve disparos no pneu. Segundo a artesã, o carro afogou no meio de outra rua e motorista que vinha atrás buzinou contra ela, o que a motivou a fazer o gesto ofensivo.

A partir daí, ela relata ter sido perseguida em outras ruas, quando no cruzamento da Mato Grosso, Adriano desceu do carro e atirou.

Ela tinha uma câmera portátil acoplada no para-brisa, o que poderia indicar a ação do policial. No entanto, relata que outros servidores exigiram e apreenderam o cartão de memória da filmadora. O caso segue sob investigação da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

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