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Capital

Vítima de sequestro diz que rezava pela vida no cativeiro

Ricardo Campos Jr. | 25/02/2011 14:43

Acadêmico de direito foi abordado ao sair de casa noturna

Vítima escapou quando o bandido que vigiava dormiu. (Foto: Adriano Hany)
Vítima escapou quando o bandido que vigiava dormiu. (Foto: Adriano Hany)

“Eu só rezava pela minha vida. Eu pensava que ia morrer”, disse, ainda abalado, o acadêmico de direito de 36 anos vítima de sequestro nesta madrugada em Campo Grande. Ele foi resgatado por equipes do Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e Rotac (Rondas Táticas da Capital) por volta das 9 horas e passou o resto da manhã na Defurv (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículo).

Sem permitir imagens, ele conta que saiu de casa para fazer caminhada e antes de voltar passou na casa noturna Bar 21, de onde saiu somente na madrugada de hoje. Quando chegou ao carro, um Peugeot 207, foi abordado por 3 bandidos, apenas um deles armado.

O acadêmico relata que foi colocado de cabeça baixa no banco de trás do veículo e por isso não pôde observar as características dos assaltantes. “Se eu levantava a cabeça um pouquinho eles falavam que iam me matar”, afirma.

Quando chegaram ao cativeiro, no Clube dos Servidores do Tribunal de Contas, localizado na rua Rio Turvo, os bandidos entraram com o Peugeot no local e pararam diante de uma casa que fica aos fundos. A vítima relata que teve os pés e as mãos amarradas, estas, atrás das costas.

Ele conta que foi colocado dentro de um quarto em cima de um colchão que estava no chão, enquanto um dos bandidos, identificado como Marvin Moreira Klinguelffuss, permaneceu em cima de uma cama apontando a arma, um revólver calibre 38, para a vítima.

Os demais integrantes da quadrilha foram embora do local. O acadêmico relata que os braços dele doíam e pediu ao bandido que o deixasse amarrá-los na frente do corpo. “Ele amarrou muito mal amarrado. Logo ele pegou no sono”, conta.

A vítima diz que o seqüestrador tentava contatar uma pessoa pelo celular e em determinado momento simplesmente deitou, ainda com o celular e arma nas mãos. Esse foi o momento, que segundo o acadêmico, aproveitou para escapar.

Ele relata que depois de ter se desamarrado notou que a porta por onde havia entrado estava fechada e ficou com medo de abri-la e acordar o bandido com o barulho.

“Eu pensei: vou ter que sair por outro lugar. Vi que tinha uma porta lateral que estava aberta. Saí e vi que era o Parque dos Poderes. Pulei o muro e saí no Fórum Eleitoral e sabia onde eu estava. Liguei para a Polícia do orelhão que fica lá na frente e entrei dentro do Fórum. Fiquei com medo de ele acordar e vir atrás de mim”, conta a vítima.

Adolescente envolvido disse que apenas emprestou o carro e acompanhou os bandidos sem saber que se tratava de um sequestro. (Foto: Simão Nogueira)
Adolescente envolvido disse que apenas emprestou o carro e acompanhou os bandidos sem saber que se tratava de um sequestro. (Foto: Simão Nogueira)

O acadêmico fala que o Cigcoe chegou em questão de minutos e foi ao encontro deles. De acordo com relatos passados pela Polícia, o bandido ainda dormia. A vítima conta que os policiais fizeram com que o assaltante ligasse para os comparsas que foram ao local e acabaram presos.

Foram levados para a Defurv, além de Marvin, Felipe Almeida Rodrigues, 24 anos, Toniel Ramires Gonçalves, 24 anos e um adolescente de 17 anos.

Antecedentes - Segundo informações da Defurv, o adolescente não possui passagens pela Polícia. Felipe, além de ser procurado pelo envolvimento em um sequestro relâmpago a 3 jovens na saída de uma boate no último dia 10 de fevereiro, já foi indiciado por formação de quadrilha.

Não foram encontrados registros policiais relacionados aos demais envolvidos. Contudo, de acordo com informações obtidas na delegacia, será feita uma checagem mais precisa posteriormente.

Ainda estão foragidos, segundo informações da Polícia, o caseiro do Clube dos Servidores Wilson Aveiro Gonçalves, 24 anos, que teria alugado o local para servir como cativeiro e um quinto envolvido não identificado.

Versão - Ao Campo Grande News, o adolescente disse que não ajudou a planejar o crime. “O Felipe ligou para mim e pediu o carro do meu pai emprestado”, relata. No caminho, eles deixaram o pai do adolescente em um salão de cabeleireiro, no bairro Estrela Dalva, e seguiram para o cativeiro. O adolescente revende DVDs piratas, que foram apreendidos. O veículo do refém ainda não foi localizado.

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