ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Vizinhos ouviram tiros, mas dizem que nunca suspeitaram de quadrilha

Grupo foi preso na madrugada de hoje, após cavar 63 metros de túnel até cofre do Banco do Brasil; 2 morreram no confronto

Viviane Oliveira e Aletheya Alves | 22/12/2019 10:56
Policiais do Garras voltaram nesta manhã até a casa onde era utilizada de base pela quadrilha (Foto: Paulo Francis)
Policiais do Garras voltaram nesta manhã até a casa onde era utilizada de base pela quadrilha (Foto: Paulo Francis)

Os vizinhos do local onde dois homens foram mortos e 7 pessoas presas ouviram vários tiros durante a madrugada deste domingo. O grupo foi pego após cavar um túnel para furtar a central administrativa do Banco do Brasil, na região da Coronel Antonino.

O imóvel na Rua Minas Gerais, quase esquina com a Alegrete, fica a cerca de uma quadra do banco, tem portão todo fechado e cerca elétrica e era usado de base pelo grupo para cavar o túnel, que dá acesso ao cofre do banco, na Avenida Presidente Castelo Branco.

Aparentemente, os criminosos escolheram a residência pelo ponto estratégico, porque está localizada ao lado de oficina mecânica onde o barulho é constante durante o dia, o que pode ter camuflado os sons do trabalho de escavação. No local, também há muitos imóveis comerciais com poucos moradores. 

Um dos poucos vizinhos da rua onde aconteceu o tiroteio entre a polícia e os criminosos falou com a reportagem. “Ouvi ao menos quatro disparos. Havia barulho de gente conversando e barulho de moto. Na sequência, ouvi a sirene da polícia. Fiquei com medo e não saí para ver o que estava acontecendo”, relatou, sem querer se identificar.

Um casal de 60 e 64 anos também ouviu movimentação e barulho como se alguém tivesse batendo no portão ao lado. “Foi movimentado aqui durante a madrugada. Ouvimos várias pessoas conversando. Ficamos com medo”, resumiu.

Túnel que dá acesso ao cofre na agência foi aberto em um dos cômodos da casa utilizada de base pela quadrilha (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Túnel que dá acesso ao cofre na agência foi aberto em um dos cômodos da casa utilizada de base pela quadrilha (Foto: divulgação/Polícia Civil)

Atrás da residência que servia como base do bando fica um galpão. A dona de um bar localizado na mesma rua comentou que nunca notou nada de diferente na residência, pois durante a semana vários carros ficam estacionados na via, por ser região comercial.

Hoje pela manhã, a casa estava completamente fechada e limpa, apenas um pacote com cordas foi deixado no imóvel. 

Plano frustrado - Segundo a polícia, a quadrilha abriu túnel de 63 metros, que já havia atingido o ponto no subsolo que fica bem embaixo do cofre da unidade do Banco do Brasil. No local, são executados serviços como compensação de cheques. O Campo Grande News apurou que os integrantes da quadrilha são dos estados de São Paulo e do Nordeste.

O bando vinha sendo monitorado havia quase 6 meses. Durante a ocorrência, 3 veículos foram apreendidos: uma caminhonete Hilux, com placa do Pernambuco, um utilitário de Ponta Porã e um caminhão. 

Eles abriram o túnel usando carrinhos de mão, quilômetros de cordas, ventiladores domésticos para refrigeração durante o trabalho, escadas e um elevador improvisado, para retirar sacos com toneladas de terra que iam sendo empilhados em um dos cômodos do imóvel. Segundo a polícia, a quadrilha mantinha mais de um imóvel como base, todos alugados.

O Garras convocou coletiva de imprensa para segunda-feira, às 9h, onde garante repassar "todos os detalhes da ação criminosa que causaria milhões em prejuízos".

Nos siga no Google Notícias