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Cidades

Conselho alerta contra falsas premiações para médicos no País

Fabiano Arruda | 06/06/2011 08:59

Para receber prêmios de melhores, mais admirados ou mais prestigiados do País, médicos pagam até R$ 13 mil, prática considerada antiética pelo CRF (Conselho Federal de Medicina).

Conforme reportagem da Folha de São Paulo, o cardiologista sul-mato-grossense Délcio da Silva Junior é um deles. Em 2003 foi avisado de que ganharia um troféu, mas, para tanto, teria de comprar quatro convites. Cada um por R$ 280, ou seja, R$ 1.120 para ser premiado.

A publicação afirma que ele se comprometeu a pagar por dois convites, mas, ao ler o contrato, após já tê-lo assinado, viu que seria obrigado a pagar por quatro. Quis desistir, mas a organização não aceitou.

Ao final, ele não foi e nem pagou, mas posteriormente, descobriu estar com o nome em órgãos de proteção ao crédito. E, por conta disto, move ação por danos morais contra a organização do prêmio.

A engrenagem funciona da seguinte forma: os médicos não pagam o prêmio em si, mas são obrigados a comprar ingressos para as cerimônias, como festa de gala, cerimônias cheias de pompa e onde são distribuídas estatuetas douradas.

Segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo, o Cremesp (conselho regional de medicina paulista), por exemplo, condenou as premiações e prometeu abrir processos administrativos contra médicos que aceitem participar desses eventos.

Num dos casos, a reportagem cita festa realizada há dois meses no Parque do Anhembi (SP), que homenageou 140 médicos e cobrava R$ 1,9 por cabeça. Muitos dos premiados são de cidades do interior de São Paulo, além de outros estados como Minas Gerais, Roraima, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Paraná.

Um médico paulista diz que pagou R$ 13,3 mil por sete convites. "Foi caro, mas gostei da homenagem".

No entanto, do outro lado da festa, existem os insatisfeitos. Na Justiça, tramitam ações de médicos que se sentiram enganados pelas empresas que promovem os prêmios.

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