ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Cidades

Depois de 28 dias, preso em operação paga R$ 9,5 mil de fiança e é solto

Servidor público Airton Araújo deixou Instituto Penal de Campo Grande na tarde desta quarta-feira

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 05/09/2018 18:00
Advogado José Roberto da Rosa com Airton de Araújo deixando Instituto Penal (Foto: Liniker Ribeiro)
Advogado José Roberto da Rosa com Airton de Araújo deixando Instituto Penal (Foto: Liniker Ribeiro)

O servidor público Airton de Araújo, preso na Operação Grãos de Ouro, deixou o Instituto Penal de Campo Grande na tarde desta quarta-feira (5). Foi necessário o pagamento de R$ 9,5 mil de fiança para deixar a prisão depois de 28 dias.

A 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decidiu, por maioria, na terça-feira conceder liberdade ao servidor. Airton deixou o local sem falar com a imprensa. O advogado José Roberto da Rosa comemorou a decisão do TJMS. "O TJ agiu com acerto, era uma prisão totalmente desnecessária", disse.

O nome de Airton aparece na lista de 58 denunciados pelo Ministério Público. A operação comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) tinha como foco um esquema de sonegação fiscal.

Os denunciados foram divididos em cinco núcleos: corretores agrícolas, noteiros, transportadores, produtores rurais e servidores públicos corruptos; todos tendo o objetivo de sonegar tributos na comercialização de transportes e grãos produzidos no Estado, especialmente o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). As ações envolviam fabricação de créditos inidôneos do imposto e simulações de compra e venda sem quitação do ICMS.

A operação criminosa envolvia a apresentação de notas fiscais falsas em uma corretora no Estado, na qual o ICMS é recolhido a posterior. No prosseguimento era expedida uma segunda nota, informando que os grãos eram de fora de Mato Grosso do Sul e seguiam para outro Estado, sem recolher tributos.

Airton não pode deixar o Estado e está obrigado a comparecer em todos os atos do processo. "O processo está galgado em suposições, não tem nada de objetivo. Na verdade, o MP fez uma denúncia por atacado, colocou todo mundo em uma dinâmica e o Airton sequer tinha relação com os setores da Secretaria de Fazenda que mexe com o ICMS", disse o advogado.

As acusações abrangem uso de documento falso, falsidade ideológica, falsificação de papéis públicos e violação de sigilo funcional. Denúncias sobre corrupção e lavagem de dinheiro constarão em ações próprias. O MP pleiteia um mínimo de R$ 44 milhões como reparação de danos, envolvendo apenas uma empresa emissora de notas.

Sobre o relacionamento com o técnico fazendário Moacir Antônio Marchini, o advogado disse que não havia nenhuma relação "fora das linhas" da Secretaria de Fazenda. "O Airton havia pedido para ele agilizar um determinado processo que se tratava de um inventário". O advogado diz que essa seria a função de Airton, acelerar o processo e que o fato se tratava de um pedido político. "Nada que envolvesse qualquer tipo de crime".

Nos siga no Google Notícias