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Cidades

Depois de polêmica, Dilma suspende kit anti-homofobia do MEC

Viviane Oliveira | 25/05/2011 15:55

A presidente Dilma Rousseff determinou nesta terça-feira (25) a suspensão da produção e distribuição do kit anti-homofobia em planejamento no Ministério da Educação, e definiu que todo material do governo que se refira “costumes” passe por consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.

De acordo com o ministro da Secretária Geral Gilberto Carvalho, Dilma considerou o material do MEC (Ministério da Educação) inadequado e o vídeo impróprio para seu objetivo.

A manifestação ocorreu em uma reunião com o ministro e a bancada evangélica da Câmara. O grupo de parlamentares chegou a ameaçar o governo com obstrução da pauta no Congresso, colaborar com assinaturas para convocar o ministro da Casa Civil Antonio Palocci a se explicar sobre sua evolução patrimonial e propor uma CPI para investigar o MEC.

"A presidenta decidiu suspender esse material e suspender também a distribuição", disse o ministro, após se reunir com cerca de 30 deputados, entre eles, o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela, e Anthony Garotinho.

De acordo com Gilberto Carvalho, todo material sobre "costumes" será produzido após consulta a setores da sociedade interessados, inclusive a bancada religiosa.

"A presidenta se comprometeu, daqui para a frente, que todo material sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade, inclusive às bancadas que têm interesse nessa situação. Nós entendemos que é importante que, para ser produtivo e atingir seu objetivo, esse material seja fruto de uma ampla consulta à sociedade, para não gerar esse tipo de polêmica que, ao fim, acaba prejudicando a causa para a qual ele é destinado", disse Carvalho

Ontem no plenário, o deputado Anthony Garotinho chegou a pedir a demissão do ministro da Educação Fernando Haddad. Na semana passada, Garotinho que é vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, afirmou que a bancada evangélica, composta por 74 deputados, não votaria nenhum projeto na câmara até que o governo recolhesse os vídeos anti-homofobia.

O MEC nega que o kit e os vídeos que vazaram na internet tenham sido aprovados pelo ministério. Eles teriam sido produzidos por ONGs que prestam serviços à pasta e estariam em avaliação. Os deputados da bancada evangélica afirmam que os vídeos e a cartilha anti-homofobia são um estímulo ao homossexualismo.

Na Câmara - Em Campo Grande, o kit educativo contra a homofobia também foi polêmico. O presidente da Câmara Municipal, Paulo Siufi (PMDB) em discurso fez críticas ao vídeo e afirmou que o material estimularia a sexualidade precoce.

Segundo ele, as crianças vão ser colocadas na furação da sexualidade sendo estimuladas a pensarem na homossexualidade. “Eu não acredito que as famílias devem ser submetidas a essa agressão”, afirmou.

Conforme Paulo, o kit do MEC possui duas historinhas. “Em uma delas, um garoto de 14 anos, chamado Ricardo, vai ao banheiro fazer pipi e olha para o lado, vê o coleguinha dele que está fazendo também, e se apaixona por este colega, e então decide assumir sua homossexualidade e quando o menino retorna para a sala de aula diz que mudou de nome e se identifica como Bianca”.

Além de Siufi, foram contras Alcides Bernal (PP), João Rocha e Grazielle Machado (PR).

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