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Cidades

Evento arrecada dinheiro para jovem agredido

Redação | 28/09/2010 16:14

A mãe do jovem Clayton Jonas Torres, de 19 anos, agredido por inveja em fevereiro do ano passado, organiza um evento beneficente para bancar as despesas com o tratamento do filho que ela espera levar para o Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, referência no atendimento a pessoas com politraumatismos.

Helena Brites Torres, de 43 anos, conta que teve a ideia de pedir encaminhamento do filho para o hospital em abril deste ano, depois de conhecer pacientes da unidade. Ela conseguiu o encaminhamento médico e espera a resposta do hospital.

"Eu quero estar preparada quando ele for aceito", diz a mãe, que nos últimos 20 meses se dedicou exclusivamente à recuperação do filho. A rotina de Clayton um ano e oito meses depois de ser agredido e quase morto por vizinhos do bairro onde morava, o Jardim Canguru, se resume em fisioterapia.

A mãe o leva de ônibus a uma clínica três vezes por semana. Nos outros dois dias uma fisioterapeuta vai à casa da família, no Portal Caiobá. Clayton ainda não consegue andar, mas às vezes se levanta da cadeira apoiado nas paredes, conta Helena.

O jovem não se recorda da agressão que sofreu, mas aos poucos recuperou a memória, a visão e a audição. "Ele come e dorme bem, passeia", detalha a mãe.

Ela diz que Clayton às vezes fica depressivo por conta da violência que sofreu. "Aí mostro as fotos de quando ele saiu do hospital para ver o quanto melhorou", revela.

Sobre a condenação dos envolvidos, a mãe define como razoável. Ela não esteve no julgamento de Diego Bispo da Silva, de 19 anos, nem de Cássio Henrique da Silva Rodrigues, também de 19 anos, condenados por agredir o jovem.

Os dois pegaram pena de nove anos de reclusão. Foi uma irmã de Helena quem compareceu para acompanhar. "Como em muitos casos não tem punição achei razoável", avalia a mãe.

O crime mudou toda a família. O filho de 14 anos ficou revoltado e começou a se juntar com outros jovens. "Meu medo era que ele quisesse se vingar. Por três vezes me ligaram avisando que ele estava lá no bairro onde o irmão foi agredido", diz Helena. Por conta disso, o garoto foi morar com um tio em outro estado.

Após a condenação dos autores da tentativa de homicídio contra Clayton cessaram as ameaças à família da vítima, conta a mãe, que assim como o filho prefere nem se lembrar dos agressores.

Melhoras - Depois de ser espancado e ficar em coma, Clayton recebeu diagnóstico de que as sequelas seriam irreversíveis, detalha Helena. O segundo parecer médico indicou que ele ficaria em estado vegetativo por pelo menos cinco anos.

Desde então, as melhoras têm sido visíveis e constantes. O rapaz não precisa mais de sonda, se alimenta normalmente e recuperou parte da fala e dos movimentos.

"Agora o médico diz que ele vai recuperar tudo só com estímulo", conta a mãe, ao lembrar que Clayton não toma mais nenhum remédio.

"Ele vai sair dessa cadeira", acredita a mãe na esperança de que com a fé, ajuda dos outros e tratamento especializado o filho voltará a andar.

As lembranças da violência são deixadas para trás pela família e registradas apenas nas fotografias guardadas pela mãe para mostrar ao filho sua melhora. Tudo é registrado, desde a saída do hospital até os momentos do dia-a-dia.

"Essa foi três meses depois do que aconteceu. Aqui oito meses depois, foi a primeira vez que ele sorriu. Essa foi a primeira vez que comeu sozinho", detalha Helena ao mostrar a nova vida do filho.

Serviço - O evento cuja arrecadação será revertida para as despesas com o tratamento do jovem será realizado no dia 10 de outubro na Colônia Paraguaia de Campo Grande. Será oferecido churrasco dançante ao custo de R$ 10,00 por pessoa.

Será feito almoço para mil pessoas. A mãe de Clayton detalha que esse é o número de convites já vendidos e por isso não é possível a compra antecipada.

Entretanto, a mãe explica que muitas das pessoas compraram o convite para ajudar e não irão comparecer ao evento, assim será possível adquirir o convite no local.

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