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Interior

Depois de barrados, Médicos Sem Fronteiras vão atuar em aldeia de Aquidauana

O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (24) pelo secretário Estadual de Saúde Geraldo Resende

Viviane Oliveira | 24/08/2020 12:10
Mulheres terena quando organizaram uma das barreiras sanitárias da Terra Indígena Taunay Ipegue em Aquidauana (Foto: Eric Marky Terena/ Conselho Terena)
Mulheres terena quando organizaram uma das barreiras sanitárias da Terra Indígena Taunay Ipegue em Aquidauana (Foto: Eric Marky Terena/ Conselho Terena)

Depois de serem barrados pelo Secretário Nacional de Saúde Indígena, os Médicos Sem Fronteiras vão prestar ajuda humanitária no combate ao coronavírus (covid-19) na Aldeia Taunay/Ipegue, em Aquidauana, distante 135 quilômetros de Campo Grande. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (24) pelo secretário Estadual de Saúde Geraldo Resende, ao divulgar o boletim diário do novo coronavírus.

Segundo o titular da pasta, foi superado o imbróglio com a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) para que os Médicos Sem Fronteiras possam atuar na região. "A intermediação da Secretaria Estadual de Saúde foi bastante positiva. Conseguimos o apoio da Sesai e superamos algumas incompreensões. Agora, logicamente, vamos ter o apoio dessa entidade que atua no mundo todo para combater o vírus que está muito presente nas aldeias indígenas”, disse.

Na semana passada, indígenas denunciaram que o reforço voluntário foi impedido de entrar nas aldeias. Na ocasião, a Sesai (Secretaria de Estado de Saúde Indígena) afirmou que o governo do Estado havia encaminhado proposta de plano de trabalho para atuação das equipes da organização. Mas, segundo a secretaria, o plano precisava ser ajustado, pois não especificava os locais de atendimento, datas, recursos, meios a serem empregados.

Segundo a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil),  o povo terena presenta 93% das mortes de indígenas provocadas pelo coronavírus em Mato Grosso do Sul. A entidade solicitou ao MPF (Ministério Público Federal), que instaure inquérito para verificar a ilegalidade das ações do Secretário Especial de Saúde Indígena Robson Santos da Silva. “Entendemos que a decisão do secretário é constitutiva de responsabilização na esfera administrativa, penal e civil, levando em consideração, a situação de calamidade sanitária enfrentada pelo povo terena”, segundo o documento elaborado pela APIB.

Ainda conforme o texto, a chegada da Covid nos territórios indígenas, vem acompanhada de uma letalidade de 6,8%, enquanto em não-índios no Estado esse número é de 1,8%. Geraldo Resende já havia dito que os indígenas de MS “Estavam sendo dizimados”. “É evidente que a atuação dos médicos sem fronteiras, podem salvar vidas na Terra Indígena de Taunay-Ipegue, podendo reduzir os danos que a doença tem deixado em nossos territórios”, reforçou a entidade no documento.

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