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Interior

Empresário tenta esconder aviões adulterados em MT e acaba preso

Ricardo Campos Jr. | 11/04/2017 15:05
Empresário tenta esconder aviões adulterados em MT e acaba preso
Agentes fiscalizam aeronave durante operação Deriva (Foto: Divulgação / Ibama)

O empresário Fábio Cherici foi preso nesta terça-feira (11) durante nova fase da Operação Deriva, que apura irregularidades no uso de aeronaves para aplicação de agrotóxicos em Chapadão do Sul e Costa Rica, a 321 e 305 quilômetros de Campo Grande, respectivamente.

Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa dele, policiais encontraram armamentos e munições ilegais.

Cherici é um dos donos da Aviação Agrícola e Logística Chapadão do Sul, investigada pela falta de apresentação de licença de operação, alteração no motor de aeronave, bomba eólica sem prévia autorização e documentos aeronáuticos vencidos, conforme constatado pela perícia técnica.

A companhia teve seis aeronaves apreendidas e retidas em um hangar de Chapadão do Sul. O empresário, conforme a Deco (Delegacia de Combate ao Crime Organizado), foi até o local e removeu algumas delas para um aeroporto no Mato Grosso clandestinamente, sendo autuado também por crime de desobediência.

Cherici alterava os aviões sem comunicar os órgãos competentes, colocando em risco a vida de quem as pilotasse. Segundo a polícia, ele usava etanol em aeronaves fabricadas para voar com gasolina sem qualquer registro na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), instalava peças em desacordo com os manuais de uso, além de usar aparelhos com certificado de aeronavegabilidade vencido.

Problemas – Outras empresas também foram investigadas por irregularidades na aplicação de agrotóxicos com aeronaves.

A Iaco Agrícola foi autuada por manter em depósito galões de agrotóxicos vencidos, em desacordo com a legislação vigente. Os produtos foram apreendidos e a empresa multada em R$ 20,7 mil. A Iaco também foi autuada por contratar a empresa Comanche, que não possui autorização de operação.

Já a JM Aviação Agrícola teve suas atividades suspensas por irregularidades no pátio de descontaminação e pela ausência de licenças e certificados exigidos pela Anac para a operacionalização de aeronaves.

A fiscalização integrada foi provocada pela Comissão de Combate aos Impactos de Agrotóxicos em Mato Grosso do Sul e coordenada pelos Ministérios Públicos Federal do Trabalho (MPT) e do Estado de Mato Grosso do Sul (MPE).

O trabalho contou com a participação da PMA (Polícia Militar Ambiental), Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Deco (Delegacia de Combate ao Crime Organizado) e Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Governo Federal), Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul) e Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde.

Conforme o MPT, a operação é a primeira de uma série de fiscalizações ambientais conjuntas, previstas para Mato Grosso do Sul. A ideia é realizar inspeções periódicas de combate a danos ambientais e à saúde da população.

O nome Deriva é em referência a situações em que o agrotóxico não atinge o local desejado e se espalha para outras áreas. Segundo dados do Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), no estado existem 100 aviões cadastrados, 16 empresas e 57 aeronaves privadas.