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Interior

“Jesus falou comigo”, diz mestre de obras preso por matar a mulher e a filha

Pablino Ledezma disse que sua mulher matou a filha do casal em um sábado e ele a matou no dia seguinte

Helio de Freitas, de Dourados | 03/11/2021 10:31
Pablino Ledezma fala com jornalistas paraguaios logo após ser preso. (Foto: Marciano Candia)
Pablino Ledezma fala com jornalistas paraguaios logo após ser preso. (Foto: Marciano Candia)

Preso acusado de matar a mulher e a filha e deixar os corpos delas apodrecendo dentro de casa, o mestre de obras Pablino Giménez Ledezma, 57, disse que conversou com Jesus Cristo e na conversa, foi orientado a matar a jovem de 20 anos, por ela estar possuída por maus espíritos.

Pablino foi preso na tarde de ontem (2), em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande). Os corpos de Patrociña Romero Olmedo, 48, e de Noelia Giménez Romero, 20, foram encontrados durante mandado de busca expedido pela Justiça paraguaia.

Em entrevista a repórteres da fronteira, o mestre de obras disse que foi Patrociña que matou Noelia, também por “ordem de Deus”, e ele matou a mulher no dia seguinte. “Minha esposa matou minha filha ao meio-dia de um sábado e às 4h do dia seguinte, matei minha esposa”, confessou o mestre de obras, falando em guarani.

Pablino disse que foi Jesus Cristo que ordenou a Patrociña que matasse Noelia para livrá-la dos maus espíritos. “Minha esposa é a voz do Senhor, vocês não vão entender. É batizada do Espírito Santo. Jesus me falou através de sua voz”, afirmou.

Policiais e equipes do Ministério Público já investigavam o desaparecimento das duas após o caso ser denunciado pelo próprio Pablino.

No dia 25 de outubro, ele disse à polícia que elas teriam desaparecido em agosto deste ano, depois de procurarem centro espírita em Ciudad del Este, para tratamento espiritual de Noelia. Entretanto, Pablino só denunciou o desaparecimento dois meses depois e apresentou contradições ao tentar explicar as circunstâncias do sumiço.

O paraguaio disse lamentar pelas mortes, mas afirma estar tranquilo, porque sabe que a mulher e a filha estão com Cristo no céu. “Por ordem de Jesus, não contei o que aconteceu aqui. Eu conheço Jesus, vou morrer tranquilo, contente e feliz”.

Pablino disse que matou a mulher asfixiada, mas não deu detalhes de como Noelia foi morta. Os corpos delas foram levados para o necrotério da cidade para autopsia.

A promotora de justiça Reinalda Palacios determinou a detenção dos três filhos do casal, José David Giménez Romero, 22, e dois adolescentes, de 15 e 17 anos. A suspeita é que eles tenham ajudado o pai nos crimes, pois seria impossível continuarem morando no local sem sentir o forte mau cheiro que exalava dos quartos onde estavam os corpos.

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