Justiça decreta prisão de taxista que fez mulher de refém na fronteira
João Cavalcante, o “Zóio”, invadiu escola onde mulher trabalha e a sequestrou, na quarta
A Justiça decretou a prisão preventiva do taxista João Cavalcante, o “Zóio”, 30 anos, que na quarta-feira (18) ameaçou matar a mulher e prometia cometer suicídio em seguida. O caso ocorreu em Paranhos, cidade localizada a 469 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.
A prisão foi solicitada pelo delegado da cidade, Edgar Punsky, e decretada pelo Juízo da comarca. Os policiais acreditam que “Zóio” tenha se escondido no lado paraguaio da fronteira. Paranhos é separada apenas por uma rua de Ypejhú, no Paraguai.
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Suspeito de ligação com o tráfico de drogas e, segundo testemunhas, dependente de cocaína, João Cavalcante fez a mulher refém por pelo menos duas horas na tarde de quarta-feira.
A vítima, de 27 anos, é professora na rede municipal de ensino e trabalhava em uma escola infantil na quarta à tarde quando o taxista invadiu o local armado com uma pistola.
Um funcionário da escola tentou intervir, mas foi ameaçado e não conseguiu evitar que a mulher fosse sequestrada. A professora já tinha medida protetiva que impedias o ex-marido de se aproximar dela, mas João Cavalcante descumpriu a ordem judicial.
Visivelmente alterado, João arrastou a mulher pelo braço, a agrediu com coronhadas e a obrigou a mulher a entrar em um carro. A professora gritou por socorro, mas ninguém se aproximou, já que o criminoso estava armado.
João pegou a MS-295 com destino à área rural, mas foi cercado pela polícia no meio da estrada, a poucos metros do território paraguaio.
Com a pistola na mão, a todo tempo o taxista ameaçava matar a mulher e se matar em seguida. Depois de uma hora de negociações, a polícia conseguiu convencê-lo a libertar a refém.
A conversa com João Cavalcante continuou, mas ele resistia em se render e afirmava que iria se matar. Como a rodovia foi bloqueada, pessoas que passaram pelo local no momento tiveram de sair dos carros e se afastar.
O taxista entrou em um desses veículos e fugiu. Perseguido pelos policiais, ele abandonou o carro e se embrenhou no mato com a pistola na mão. Buscas foram feitas nos arredores até quase meia-noite de quarta para quinta-feira, mas “Zóio” não foi encontrado.
A polícia suspeita que o taxista tenha se escondido em Ypejhú, povoado de três mil habitantes e uma das bases do crime organizado que impera na fronteira.