ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 22º

Interior

Loja com 20 anos de funcionamento foi totalmente destruída pelo fogo

Corpo de Bombeiros calcula a utilização de mais de 500 mil litros de água

Danielle Valentim | 11/12/2018 10:45
Loja surgiu em 1998 como uma loja de produtos a R$ 1,99. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Loja surgiu em 1998 como uma loja de produtos a R$ 1,99. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

O incêndio na loja Tentação em Corumbá, a 419 km de Campo Grande, foi encerrado na nesta terça-feira (11). A loja que tinha 20 anos de existência foi totalmente destruída. Até ontem (10), o Corpo de Bombeiros havia utilizado 90 mil litros de água, mas até o rescaldo, desta manhã, a corporação calculou a utilização de mais de 500 mil litros.

“Perdi o trabalho de toda uma vida. Minha, de minha esposa, minha família”. Com essa frase o empresário Nasser Safa tentou descrever o sentimento ao acompanhar o trabalho de combate ao fogo e rescaldo do incêndio que destruiu a loja de variedades.

Os prejuízos com a perda de produtos e estrutura do prédio histórico ainda não foram calculados. “Foram-se documentos, fotos de família junto com o fogo”, afirmou o empresário. Ao Diário Corumbaense, Nasser frisou que a loja tinha 20 anos de existência desde que surgiu em 1998 como uma loja de produtos a R$ 1,99.

“Você imagina chegar com vinte e poucos anos de idade e agora com mais de 50 perder tudo o que você conseguiu com muito trabalho?”, declarou Nasser ao confirmar que a loja não tinha seguro. “A ficha ainda não caiu”, comentou.

O incêndio, segundo ele, começou pela parte superior do prédio, onde ficava o depósito de produtos que, aliás, nessa época do ano dedicada às festas e próxima ao carnaval, já havia reforçado todo o estoque.

No momento que as chamas começaram, a rotina na vizinhança ocorria normalmente. A moradora Tânia Regina Valdonado saía de casa para levar o neto na creche.

“Eu e meu esposo saímos por volta das 14 horas para levar nosso netinho na creche em Ladário. Pegamos um ônibus e quando o coletivo fez a volta pela rua aqui do lado, já avistamos a fumaça. Meu marido ligou para meu filho que tinha ficado aqui com minha mãe e ele disse que era um incêndio na loja, porém ele nos acalmou dizendo que os bombeiros já estavam no local e que eles pediram para todos saírem das casas”, contou Tânia.

A moradora só foi autorizada a voltar para a residência com toda sua família às 23 horas, quando as chamas foram controladas.

Além dos caminhões-tanques dos bombeiros, viaturas da Marinha, Exército, Sanesul, Infraero, Equipe Engenharia e da Vale ajudaram na força-tarefa. Polícia Militar, Agetrat (Agência Municipal de Trânsito) e Guarda Municipal também deram apoio ao trabalho, cuidando do isolamento do quarteirão.

Os militares do 3º Grupamento de folga foram acionados e bombeiros civis da mineradora Vale reforçaram as equipes durante a fase mais difícil do combate ao fogo.

O trabalho de rescaldo durou toda a noite e manhã desta terça-feira, 11 de dezembro. Nessa fase, apenas os bombeiros seguem realizando a ação, porém com muita cautela devido às grandes possibilidades de desabamento existentes no local.

A quadra da loja, na rua 13 de Junho, entre as ruas Antônio Maria e Antônio João permanece interditada. Nos arredores, o cheiro de fumaça ainda é intenso.

Apoio - O comandante do 3º Grupamento de Bombeiros, tenente-coronel André Delai Rufato, destacou que o combate ao incêndio de grandes proporções teve êxito devido ao empenho dos militares que contaram com o apoio de diversas instituições da cidade já citadas nessa reportagem e da população.

“Conseguimos evitar que o incêndio se propagasse para os vizinhos. A possibilidade disso acontecer era muito grande. Tivemos ajuda de muitas pessoas para evitar, agradecemos a todos, inclusive a população, que nos apoiou com água, alimentação durante todo esse tempo”, explicou.
A presença de grande quantidade de produto inflamável e a queda da parte superior da edificação foram fatores que contribuíram para tornar o trabalho mais árduo, conforme relatou o comandante dos bombeiros.

“A carga de incêndio da edificação era muito alta: papel, plástico, todo esse material que pega fogo alto e quando está meio compactado temos mais dificuldade. Tivemos dificuldade para apagar apenas jogando água por cima porque o teto caiu e era de folha dupla de zinco, então jogávamos água e ela escorria pelo zinco e caía em poucos pontos. Tivemos que levantar esse teto caído e jogar água por baixo”, explicou.

Sobre as causas do fogo, Rufato disse que ainda não é possível afirmar nada. Ele disse que esse questionamento será esclarecido pelo trabalho de perícia que deve ser iniciado logo após o término do rescaldo.

A corporação calcula que em toda a operação foram utilizados mais de 500 mil litros de água.

Nos siga no Google Notícias