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Interior

Mulher desmente polícia sobre versão para assassinato de advogada

Vídeo mostra suposta conversa de Laura Casuso com suspeito, horas antes da morte, mas uma moradora disse que policiais se confundiram, pois era ela que tava na cena e não a advogada

Helio de Freitas, de Dourados | 14/11/2018 09:16
Corolla branco em que estava outra mulher, confundida com Laura Casuso; morte continua sem solução (Foto: Reprodução)
Corolla branco em que estava outra mulher, confundida com Laura Casuso; morte continua sem solução (Foto: Reprodução)

Policiais paraguaios que investigam o assassinato de Laura Marcela Casuso, 54, advogada de barões da droga na fronteira, fizeram uma trapalhada na noite de ontem (13). Os agentes do Departamento de Crimes Puníveis confundiram a advogada com outra mulher que, oito horas antes do atentado, chegou ao local em um Corolla branco.

A polícia já estava à procura do suposto criminoso, mas na verdade o suspeito era o filho da mulher, que coincidentemente conversou com a mãe em frente ao local do crime. Ele estava em uma Toyota Hilux preta, modelo idêntico ao usado pelos pistoleiros na noite de segunda-feira (12).

A confusão ocorreu após circularem em grupos do aplicativo WhatsApp imagens de câmeras de segurança mostrando uma mulher de roupa preta – assim como Laura estava vestida – chegando a um prédio no bairro Maria Victoria, em Pedro Juan Caballero, por volta de 11h20 de segunda-feira.

Antes de entrar no prédio, a mulher conversa com um homem em uma Toyota Hilux preta. Policiais paraguaios chegaram a informar a repórteres da cidade que o suspeito foi segurança do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, executado em junho de 2016.

Horas depois, Maria Elena Fernandes de Salum, uma moradora de Pedro Juan Caballero, procurou a Rádio Império para desmentir a versão da polícia. Era ela que estava no Corolla branco e o homem apontado como suspeito era seu filho.

“Me confundiram com a Laura. Estávamos chegando para uma reunião em uma loja maçônica feminina, por isso estávamos todas vestidas iguais, de roupa preta. A pessoa que falou comigo é meu filho, Abdo Rachid Fernandes de Salum”, afirmou ela em vídeo divulgado no site da rádio.

Abdo também aparece na entrevista em que Maria Elena esclarece a confusão. Segundo ela, o filho usava camiseta cor laranja escura e um boné preto. Pela falta de qualidade das imagens das câmeras, acreditou-se que Abdo usava roupas iguais ao pistoleiro que desceu de uma Hilux preta e executou Laura, por volta de 19h20 de segunda.

“O que me preocupa é confundirem meu filho com o sicário [pistoleiro]. Vários canais de televisão estão divulgando as imagens. Eu que cheguei com o Corollla branco, de minha propriedade, e Laura chegou em sua Range Rover preta”, declarou Maria Elena.

A moradora disse que o filho a encontrou em frente ao prédio para informá-la onde seria a reunião de senhoras, já que não conhecia o local.

A revelação feita por Maria Elena derrubou a principal pista da polícia, que estava à procura do ex-funcionário de Jorge Rafaat, até então o principal suspeito do crime. Entretanto, a pessoa nas imagens era Abdo de Salum, o filho da dona do Corolla branco.

Advogada de narcos – Laura era advogada de dois narcotraficantes brasileiros, o sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, extraditado há 11 meses para o Brasil, e Marcelo Fernando Peixoto Veiga, o Marcelo Piloto, homem forte do Comando Vermelho, preso atualmente em Assunción.

Após a extradição de Jarvis Pavão, Laura se mudou do Paraguai e vinha residindo no estado de São Paulo, mas constantemente viajava ao Paraguai. A Range Rover usada por ela e que estava estacionada em frente ao local onde a advogada foi baleada tem placa de Santana do Parnaíba, no interior paulista.

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