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Interior

"Não consigo tirar cena da cabeça", diz mulher que presenciou execução de marido

Ela não se conforma em saber que o assassino vai responder em liberdade e o classifica como “demônio"

Viviane Oliveira e Dayene Paz | 15/10/2021 12:06
Tânia posa para foto com o marido, Edmir, em momento de lazer (Foto: arquivo pessoal)
Tânia posa para foto com o marido, Edmir, em momento de lazer (Foto: arquivo pessoal)

“Foi terrível, não consigo tirar a cena da minha cabeça, não consigo mais dormir, nem comer”, disse a empresária Tânia Maria Rodrigues de Campos, 53 anos, que presenciou o assassinato do esposo, Admir Acosta, de 54 anos, atropelado e esfaqueado no pescoço, pelo marido da ex-amante. Tanto vítima quanto autor eram vizinhos.

O caso aconteceu na noite de terça-feira (12), na Rua Rio Grande do Norte, parte alta de Corumbá, distante 419 quilômetros de Campo Grande. O autor do crime, João Vitor Rodrigues, se apresentou na tarde do dia seguinte na companhia de um advogado, prestou depoimento e foi liberado.

Em entrevista por telefone, na manhã desta sexta-feira, Tânia contou que está na casa de parentes e ainda não voltou para o bairro, onde o crime aconteceu e vivia com o marido há 34 anos. Ela não se conforma em saber que o assassino vai responder ao processo em liberdade e o classifica como “demônio” com comportamento "demoníaco''.

“Uma pessoa normal não age dessa forma. Eu não consigo entender tamanha brutalidade, o porquê de tanto ódio. Ele atropelou meu marido e depois o esfaqueou três vezes”, desabafou.

Segundo ela, no dia do crime estava sentada em frente de casa, quando o marido atravessou a rua para fazer a limpeza de um terreno, que pertence a família, foi atropelado pelo assassino. “Admir foi moído pelo carro dele. Teve as pernas quebradas, as costelas, a coluna e foi arremessado a uns quatro metros”, disse. Com o impacto, um dos pneus do veículo chegou a estourar.

Foto de João Vitor divulgada logo após o assassinato (Foto: Direto das Ruas) 
Foto de João Vitor divulgada logo após o assassinato (Foto: Direto das Ruas)

Depois do atropelamento, João Vitor desceu do carro que parou 3 metros depois do ponto de colisão, sacou uma faca e degolou a vítima. “Nem precisava das facadas, meu marido já estava morto. Eu berrava na rua pedindo socorro, implorando para ele parar, mas ele me ignorava”, contou. Tânia disse que várias pessoas presenciaram o crime. Depois do fato, João Vitor fugiu.

Relacionamento extraconjugal - Foi a própria Tânia quem informou à polícia que o marido havia mantido relação extraconjugal com a esposa de João Vitor. Ela disse que por diversas vezes teve que aguentar "piadas de mau gosto" vindas da mulher do assassinato.

Indagada pela reportagem sobre o assunto, a empresária afirmou que os dois se relacionaram por cerca de 2 anos, mas já estavam separados há 1 ano. Segundo ela, toda a vizinhança sabia do relacionamento dos dois e não acredita que João Vitor também não soubesse.

Tânia ainda cita que o crime aconteceu por volta das 19h30 e a polícia apareceu depois de 1 hora e 30 minutos para periciar o corpo. “Meu marido ficou jogado no chão como um animal”, lamentou. Para Tânia, o crime foi premeditado, pensado e calculado.

Ao site Diário Corumbaense, o delegado, Nicson Lenon Cruz Galisa, disse que a princípio João Vitor vai responder pelo homicídio em liberdade porque não houve situação de flagrante. "Mas, se houver alguma outra situação apurada pela investigação, isso pode mudar", explicou. Admir tinha uma empresa de prestação de serviços, deixou um filho e dois netos.

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