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Interior

Operação da PF mira ataque que matou indígena e faz nova perícia em aldeia

Etapa da investigação recolhe dispositivos, realiza exames no local e tenta esclarecer dinâmica dos tiros

Por Gabi Cenciarelli | 26/11/2025 11:40


RESUMO

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Teko Porã para investigar o ataque à retomada Pyelito Kuê, em Iguatemi, onde dois homens morreram em 16 de novembro. A ação apreendeu dispositivos eletrônicos e realizou nova perícia no local onde o corpo de Vicente Fernandes foi encontrado.O ataque ocorreu na Fazenda Cachoeira, área reivindicada como Terra Indígena Iguatemipeguá, resultando na morte de Vicente Fernandes, 36 anos, e do vigilante Lucas Fernando da Silva, 23 anos. Dez dos doze barracos indígenas foram incendiados. A Força Nacional reforçou o patrulhamento na região após o incidente.

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quarta-feira (26) a Operação Teko Porã, etapa que aprofunda as investigações sobre o ataque à retomada Pyelito Kuê, em Iguatemi, onde vivem mais de 40 Guarani-Kaiowás e onde dois homens morreram na madrugada de 16 de novembro. A ação cumpriu mandado de busca e apreensão em endereço ligado a investigados e recolheu seis dispositivos eletrônicos que agora passam por perícia. A PF afirma que o material pode ajudar a esclarecer a origem dos tiros, movimentos dos grupos envolvidos e a dinâmica exata do confronto.

Uma equipe especializada também voltou ao local onde o corpo de Vicente Fernandes, 36 anos, foi encontrado e realizou nova perícia com recursos tecnológicos para examinar vestígios, mapear trajetórias de disparos e reconstituir o posicionamento de vítimas e agressores. Segundo a corporação, o caso segue como prioridade institucional pela gravidade e pelo impacto social na comunidade.

O caso - Além de Vicente, o ataque também resultou na morte do vigilante Lucas Fernando da Silva, 23 anos, funcionário da fazenda havia apenas uma semana. Segundo a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), ele sofreu ruptura hepática e choque hemorrágico, lesões compatíveis com trauma abdominal. A PF (Polícia Federal) ainda apura se a morte ocorreu diretamente no confronto ou por outra circunstância durante a invasão à área.

Nos dias seguintes ao ataque, duas espingardas calibre 12 usadas por seguranças privados foram apreendidas pela PF e pelo Instituto de Criminalística, junto com cápsulas deflagradas e material biológico. Um dos suspeitos de participar da invasão foi reconhecido por um indígena ferido como capanga da fazenda e levado preso em flagrante.

Operação da PF mira ataque que matou indígena e faz nova perícia em aldeia
Munições encontradas após ataque na retomada Pyelito Kuê (Foto: Reprodução)

Nos dias seguintes ao ataque, duas espingardas calibre 12 usadas por seguranças privados foram apreendidas pela PF e pelo Instituto de Criminalística, junto com cápsulas deflagradas e material biológico. Um dos suspeitos de participar da invasão foi reconhecido por um indígena ferido como capanga da fazenda e levado à Delegacia da PF em Naviraí para prisão em flagrante.

A Sejusp afirma que o disparo que matou Vicente partiu da arma de outro indígena da própria comunidade, Valdecir Alonso Brites, que também ficou ferido e foi detido. A pasta diz que o tiro pode ter ocorrido durante o ataque de pistoleiros que invadiram o acampamento. O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) e a Funai, porém, atribuem a invasão exclusivamente a grupos armados e sustentam que as retomadas vêm se intensificando como reação ao avanço de agrotóxicos e à insegurança alimentar e hídrica na região. A PF não confirma nenhuma versão sobre autoria e ainda apura se a morte do vigilante ocorreu dentro do confronto ou por outra circunstância.

Após as mortes, a Força Nacional reforçou o patrulhamento na região e a Justiça Federal proibiu forças estaduais de atuarem na área da retomada, sob multa de R$ 1 milhão. A área integra território em disputa há anos e é objeto de grupo de trabalho da Funai que estuda a identificação e delimitação dos territórios Iguatemipeguá II e III.

Operação da PF mira ataque que matou indígena e faz nova perícia em aldeia
Indigena Vicente Fernandes Vilhalva, de 36 anos, morreu com tiro na nuca (Foto: Reprodução/Vídeo)

Com a operação desta quarta-feira, a PF tenta consolidar uma reconstituição técnica da madrugada do ataque para identificar todos os responsáveis pela violência que terminou com dois mortos, feridos e um novo capítulo da longa disputa fundiária no sul do Estado.

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Lucas Fernando da Silva com espingarda calíbre 12 em foto nas redes sociais (Foto: Direto das Ruas)

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