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Interior

Polícia investiga se funcionários de fazenda foram agredidos por kadiwéus

Evelyn Souza | 23/08/2013 11:34

Os seis seguranças que estavam na fazenda Limoeira, invadida na noite da última terça-feira (20), por índios kadiwéus, em Corumbá, já passaram por exames de corpo delito. Segundo a Polícia, os exames foram realizados entre a tarde de ontem e a manhã desta sexta-feira (23), no hospital de Miranda.

Cerca de 120 índios entraram na propriedade montados a cavalo, amarraram quatro seguranças e outros dois conseguiram fugir. No outro dia pela manhã, os funcionários foram liberados e acusaram os índios de agressões.

O advogado da fazenda Limoeira, Carlos Fernando de Souza, disse que já está com os laudos periciais, que serão anexados ao inquérito. Ele aguarda o resultado da liminar de reintegração de posse, protocolada da 2ª vara federal de Campo Grande, que segundo ele, deve sair ainda nesta sexta-feira.

“A expectativa é que o pedido saia ainda hoje, a partir do meio dia”, explicou o advogado.

Não há informações sobre novas invasões e o clima na região, segue tenso. Essa é a segunda vez que a fazenda que pertence à família Alves Corrêa é invadida. Produtores da região temem outras propriedades sejam ocupadas e contrataram seguranças armados para evitar a ocupação.

A fazenda possui 538 mil hectares, sendo que 160 mil estão em disputa na Justiça desde 1987. O processo tramita há 25 anos no STF (Superior Tribunal Federal). A demarcação da reserva dos kadiwéus foi feita em 1981.

De acordo com levantamento feito pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), no Estado já são 67 propriedades ocupadas por indígenas.

Conflito - Neste mês, o ministro José Cardozo veio a Capital para iniciar uma negociação entre o governo Federal, representantes indígenas e produtores rurais do Estado.

No último dia 13, representantes dos governos Federal e Estadual decidiram, em reunião, que as 31 fazendas localizadas na Reserva Buriti, em Sidrolândia, serão adquiridas pela União por meio de TDA (Título da Dívida Agrária).

Também foi anunciado que, em um prazo de 60 dias, o Governo Federal fará levantamentos das áreas e de benfeitorias nas propriedades rurais para que se chegue a um valor exato que deve ser pago pelos hectares comprados.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, “serão duas relações jurídicas distintas nas compras”. Cardozo afirmou que a primeira é a aquisição de terras do Estado pelo Governo Federal por meio de TDA (Título da Dívida Agrária) e a segunda é a negociação do Governo Estadual com os produtores para o pagamento das indenizações.

O cronograma para a compra e venda de todas as terras indígenas em Mato Grosso do Sul será divulgado no próximo dia 27, no Ministério da Justiça, em Brasília (DF), quando acontece nova reunião entre índios, produtores e os dois governos. Conforme Cardozo, cada região terá uma forma de negociação.

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