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Interior

Sem réus, Justiça abre audiência sobre mulher incinerada por "jura de amor"

A jovem Nathália Baptista foi morta e teve o corpo incinerado, com as cinzas jogadas no Rio Paraguai

Aline dos Santos | 11/03/2020 09:23
Nathália Baptista foi morta e teve cadáver incinerado em crime que chocou Porto Murtinho. (Foto: Reprodução/Facebook)
Nathália Baptista foi morta e teve cadáver incinerado em crime que chocou Porto Murtinho. (Foto: Reprodução/Facebook)

Sem os dois réus, a Justiça de Porto Murtinho, a 431 km de Campo Grande, abre nesta quarta-feira (dia 11) a fase de audiência pelo assassinato da funcionária pública Nathália Alves Corrêa Baptista, 27 anos. A jovem foi morta e teve o corpo incinerado, com as cinzas jogadas no Rio Paraguai.

O crime aconteceu entre a noite do dia 15 e a madrugada de 16 de julho do ano passado. Presos em Campo Grande, os réus José Romero e Regiane Marcondes Machado foram dispensados de acompanhar as audiências “devido às peculiaridades do caso em concreto” e para não sobrecarregar o sistema de videoconferência.

Marcada para 13h30 de hoje, a audiência começa pelas testemunhas de acusação. O primeiro a ser ouvido será o delegado João Cleber Dorneles, que se lembra do crime como caso mais emblemático durante o período de um ano e sete meses em que foi titular de delegacia de Porto Murtinho. Atualmente na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Jardim, ele presta depoimento por meio de videoconferência.

“Foi um caso difícil, da forma que o crime foi executado era para não ser elucidado. Tentaram evitar ao máximo que crime pudesse ser descoberto. Mas tivemos acesso à quebra do sigilo telefônico, com registro de trocas de mensagens e as ligações feitas e recebidas. Em dado momento, os acusados começaram a acusar um ao outro”, afirma o delegado.

A versão de Regiane foi a que demonstrou maior veracidade com as provas colhidas. Já a de José Romero, que nega a autoria, não foi comprovada.

Trama - Tanto a professora presa quanto a vítima mantinham relacionamento amoroso com Romero, que era gerente de pousada em Porto Murtinho. Conforme a versão de Regiane, Nathália foi dopada e morta a golpes de barra de ferro pelo homem, como "prova de amor" à amante.

Depois da morte, o corpo foi levado para a casa de Regiane, sendo incinerado. Os réus foram denunciados por homicídio doloso por motivo torpe, meio cruel, emboscada e feminicídio.

De acordo com o advogado Juliano da Cunha Miranda, que atua na defesa de Romero, serão ouvidas 21 testemunhas entre hoje e amanhã. “O juiz entendeu por bem que os interrogatórios fossem feitos sem os dois réus, que serão interrogados em momento posterior”, diz o advogado.

Ainda segundo a defesa, José Romero não entende porque a ex-amante atribui autoria do crime a ele. “Ele teve relacionamento extraconjugal com a Regiane e com a vítima. A Regiane tinha ciúmes”, afirma Juliano Miranda.

Caso o processo chegue à etapa de júri popular, a defesa deve pedir desaforamento, ou seja, que o caso seja julgado fora de Porto Murtinho, diante da repercussão na cidade de 17.131 habitantes. O Campo Grande News não conseguiu contato com a defesa da professora Regiane Marcondes Machado.

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