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Cidades

Justiça procura vaga para Arcanjo, que está há 40 meses em Campo Grande

Marta Ferreira | 18/02/2011 16:50
Arcanjo está no Presídio Federal desde outubro de 2007.
Arcanjo está no Presídio Federal desde outubro de 2007.

Preso há 40 meses em Campo Grande, o Comendador Arcanjo, como é conhecido o João Arcanjo Ribeiro, acusado de chefiar a máfia do jogo no Mato Grosso e de envolvimento em outros crimes, tem destino incerto. Ele está na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande desde outubro de 2007, e o juiz-corregedor do presídio, Dalton Kita Conrado, aguarda posicionamento do Depen (Departamento Nacional do Sistema Penitenciário) a uma consulta sobre existência de vaga em outra unidade penal federal, mesmo que seja para permuta.

Pela lei que criou o sistema penitenciário federal, os presos só poderiam ficar em cada unidade por no máximo 360 dias. Arcanjo há está em Campo Grande há mais de 3 anos e há um pedido de prorrogação da permanência.

O MPF (Ministério Público Federal) - responsável pela acusação de Arcanjo nos processos em que ele é acusado de crimes que vão de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, sonegação fiscal e contrabando – defende que ele não deixar os presídios federais, por ser considerado um preso perigoso e com muito poder de liderança sobre uma quadrilha com várias ramificações.

A pedido do MPF, o juiz Dalton Kita, que está de férias, enviou ao Depen o pedido de informação sobre vagas em outras unidades penais federais e, em despacho do dia 14, deu prazo de 5 dias para a resposta. Há presídios federais em Catanduvas (PR) e em Mossóro (RN) que podem ser futuros destinos de Arcanjo, caso essa seja a decisão judicial.

A defesa dele quer que ele volte para Cuiabá (MT). Vários pedidos nesse sentido já foram negados pela Justiça.

Antes de vir para Campo Grande, Comendor cumpria pena na penitenciária Pascoal Ramos, em Cuiabá, onde morava. Sua transferência foi justificada por uma possível rebelião de grandes proporções, quando o bicheiro poderia ser usado como refém.

Em outubro de 2008, uma prorrogação de 360 dias foi concedida, sob a alegação da periculosidade do preso e sua extensa ficha criminal.

Em setembro de 2009, a Sejusp (Secretária de Estado e Segurança Pública de Mato Grosso) conseguiu outra renovação, de mais 360 dias, para que João permanecesse em Campo Grande.

Os crimesJoão Arcanjo Ribeiro é ex-policial civil. Ele é apontado era líder do crime organizado no Mato Grosso. O título de comendador foi recebido por ele através da câmara de vereadores de Cuiabá.

Acusado de ser o principal bicheiro de Mato Grosso, de ter sonegado mais de R$ 480 milhões de impostos e de ser o mandante do assassinato do jornalista Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, dono do jornal Folha do Estado, em 2003, João foi preso no Uruguai.

Em 2007, após ser deflagrada a Operação Arrego, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual, Arcanjo foi transferido para a Penitenciária de Segurança Máxima Federal de Campo Grande.

A operação comprovou que ele continuava liderando o jogo do bicho de dentro a Penitenciária Central de Cuiabá.

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