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Cidades

MEC confirma que questões de apostila foram copiadas do pré-teste do Enem

Paula Maciulevicius | 27/10/2011 15:59

Ministério ainda não esclareceu como o material foi copiado

Reprodução de imagem de suposto simulado, divulgada via internet.
Reprodução de imagem de suposto simulado, divulgada via internet.

O MEC (Ministério da Educação) confirmou que as 14 questões que estavam na apostila distribuída aos alunos do Colégio Christus de Fortaleza, no Ceará, foram copiadas de dois dos 32 cadernos de pré-teste do Enem, aplicado no ano passado na mesma escola.

A polêmica foi que essas mesmas questões foram cobradas na prova do Enem ocorrida no último fim de semana. Agora os candidatos da instituição terão que refazer a prova por determinação do MEC, depois que o MPF (Ministério Público Federal) pediu ontem a anulação do exame.

Segundo dados levantados pelo Inep (Istituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), 91 estudantes da instituição cearense participaram, em outubro do ano passado, da fase de pré-teste do Enem.

O pré-teste dos itens é feito pelo Inep para avaliar se as questões em análise são válidas e qual é o grau de dificuldade. Depois de aprovadas, elas são incluídas em um banco de itens utilizado para montar a prova.

O MEC nega que algum dos cadernos aplicados aos alunos do Christus tenha sido extraviado, mas ainda não esclareceu como o material foi copiado.

Por meio de nota, o Ministério afirmou que “constatou-se que as questões não são de domínio público, nem muito menos que as questões do pré-teste tenham sido memorizadas pelos estudantes”.

Em MS, 85 mil candidatos realizaram a prova no último final de semana. (Foto: Pedro Peralta)
Em MS, 85 mil candidatos realizaram a prova no último final de semana. (Foto: Pedro Peralta)

As escolas que participam do pré-teste do Enem são escolhidas por sorteio, completa o MEC. Segundo o Ministério, os alunos foram informados apenas de que se tratava de um pré-teste para o Banco Nacional de Itens do Inep, que auxiliaria nas avaliações aplicadas pelo órgão.

De acordo com o Ministério, as denúncias de que alunos tinham recebido apostilas com questões idênticas as que foram cobradas na prova do Enem chegaram por meio das redes sociais e também pelo serviço de 0800 da pasta.

Há relatos de que os alunos do Christus receberam orientação dos professores de que não deveriam compartilhar o material com candidatos de outras escolas. A Polícia Federal no Ceará investiga o caso.

Em nota, o colégio informou que vai recorrer da decisão do Ministério de cancelar a prova dos alunos do Christus e nega que tenha praticado qualquer ato ilegal. Para o colégio, a solução mais justa é anular as questões que vazaram.

Em Mato Grosso do Sul, foram 122 mil candidatos inscritos, mas apenas em torno de 85 mil realizaram a prova. Em entrevista feita pelo Campo Grande News ontem, alunos se mostravam revoltados e descrentes com o Exame que pela terceira vez consecutida, trouxe problemas.

“É um absurdo, a gente se prepara para esse descaso? É a desvalorização do nosso esforço, do nosso estudo. Ninguém está nem aí para a gente, o ministro Fernando Haddad tinha que ter a mínima responsabilidade de se preocupar com a segurança envolvida na prova, que mexe com a vida de muita gente”, comentou a estudante Taísa Gruzzela, de 17 anos.

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