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Cidades

Passageiros arriscam a vida em ônibus superlotado na BR-163

Francisco Júnior | 09/05/2011 10:48

De acordo com passageiros situação sempre acontece

Passageiros amontoados dentro do ônibus (Foto: Francisco Júnior)
Passageiros amontoados dentro do ônibus (Foto: Francisco Júnior)

Por mais de 1 hora, passageiros que utilizaram na tarde de ontem (8) o ônibus da Viação Andorinha, que faz a linha Bandeirantes/ Campo Grande, passaram por um sufoco. Eles tiveram que viajar espremidos por conta da superlotação do veículo.

Mais de 100 pessoas estavam no ônibus no horário das 17 horas para fazer o trajeto de 71 quilômetros na BR-163. Idosos, mulheres grávidas e crianças tiveram que viajar em pé devido à falta de assento disponível.

A quantidade de pessoas era tão grande dentro do veículo que algumas viajaram escoradas na porta de entrada. O cobrador teve que fazer um verdadeiro malabarismo para transitar entre os passageiros amontoados e conseguir cobrar a passagem de R$ 8,10.

O ônibus, parecido com os do transporte coletivo da Capital, não possui bagageiro, situação que piorou a condição dos passageiros, já que eles tiveram que dividir espaço com as bagagens.

Um vídeo mostra a dificuldade enfrentada pelos passageiros. A cada parada, mais pessoas entravam no veículo, motivo que virou reclamação dos outros que já estavam dentro do ônibus.

Ângela Garcia estava revoltada com a situação. “Se esse ônibus bate vai morrer todo mundo. Essa viagem é muito perigosa, nós colocamos nossa vida em risco”, reclamou.

Para que o neto conseguisse sentar, a aposentada Marinalva da Silva teve que colocar o menino no colo. Ela ficou abismada com a super lotação do veículo. “Nessas datas comemorativas sempre acontece desse ônibus estar cheio desse jeito. Se acontecer alguma batida como vou segurar essa criança? Como uma idosa vai se segurar se der uma freada brusca? Eu acho uma falta de respeito com nós todos. O Brasil é desse jeito, é uma m...”, disse.

Para ela, a empresa foi imprudente ao permitir o transporte de passageiros dessa maneira. “Isso é uma falta de respeito com os pagantes. Não tem segurança nesse veículo, isso é um desrespeito”, ressaltou.

Com a filha de 8 meses no colo, Roseli Silvério ficou espremida em meio aos outros passageiros. “É simplesmente um absurdo as pessoas pagam e tem que viajar nessa situação. Nós viajamos sem segurança nenhuma”, afirmou.

No trajeto, próximo ao município de Jaraguari, o ônibus superlotado passou em frente ao posto de fiscalização da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e não foi parado pelos policiais, que estavam dentro da guarita.

Para acionar a empresa, alguns passageiros tentaram por várias vezes entrar em contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Andorinha pelo telefone 08007048780 que estava em um adesivo grudado no veículo, porém a mensagem que todos receberam era de que os pontos de atendimentos estavam ocupados e seria necessário entrar em contato posteriormente com a empresa.

Os passageiros tentaram contato com a ouvidoria da Agepan (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos) pelo telefone 08006000506, mas também não conseguiram, já que o serviço só funciona de segunda a sexta-feira.

De acordo com a Agepan, transportar passageiros dessa maneira é irregular e a empresa pode ser autuada, porém a ouvidoria da empresa não recebeu nenhuma reclamação.

A reportagem tentou contato com gerente da empresa em Mato Grosso do Sul, Nelson Conde. Ele não pode atender, pois estava em uma reunião.

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