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Cidades

Quadrilha armada que invadiu pelotão traz "novo cangaço" para MS

Graziela Rezende | 10/12/2013 11:59
Quadrilha responderá por ao menos cinco crimes. Foto: Graziela Rezende
Quadrilha responderá por ao menos cinco crimes. Foto: Graziela Rezende

A prisão da quadrilha envolvida no assalto ao pelotão da Polícia Militar em Antônio João, a 279 quilômetros da Capital, na madrugada de sábado (30), revelou também um crime inédito em Mato Grosso do Sul: o “novo cangaço”. Segundo o delegado Alberto Vieira Rossi, responsável pelas investigações, eles fazem parte de organizações criminosas e agem de maneira a afrontar a segurança pública, deixando um clima de insegurança na população.

“São ocorrências que tiveram início no interior da Bahia, depois no Mato Grosso e agora no Estado, com o roubo em Aral Moreira há um ano e agora em Antônio João. Eles chegam fortemente armados, rendem as pessoas em plena luz do dia e também os policiais, para ter a certeza de que ninguém poderá fazer nada. As pessoas viram escudos humanos e são obrigadas a tirar as roupas dentro da agência bancária”, explica o delegado.

Após o crime, no qual eles levam um montante considerável em dinheiro, o bando segue geralmente pela fronteira seca, por no máximo 15 quilômetros até o Paraguai, por exemplo. “Isso aumenta muito a dificuldade das prisões, porque temos de ter cautela para agir em território paraguaio. Mas tentamos agir o mais rápido possível, para provar que não é fácil viver do crime aqui”, explica o delegado.

Com a identificação de nove pessoas, a Polícia ressalta que entra em uma 2ª fase nas investigações. “Vamos definir ao certo a responsabilidade de cada um, que vão responder por participarem de organizações criminosas (3 a 8 anos), roubo (4 a 10), porte de arma de uso restrito (3 a 6) e até mesmo a falsidade ideológica (1 a 5)”, ressalta o delegado.

No dia 5 de dezembro, em ação conjunta do Garras, Polícia Civil, Militar e Federal de Ponta Porã, além de homens do DOF (Departamento de Operações da Fronteira) e Defron, a Polícia cumpriu os mandados em desfavor de José Rodrigo Halke Domingues, 28 anos, vulgo Luty, que inclusive já era foragido do Paraná.

Chefe do bando – Na casa de José Rodrigo também foi apreendido um veículo Fiat Strada e Valdecy José de Araújo, 47 anos, vulgo velho ou baby. Este último apresentou um documento falso em nome de Alexandre da Silva Araújo e é considerado o chefe da organização criminosa. Ele possui 14 mandados de prisão por roubos a agências bancárias e carro forte.

As próximas diligências culminaram na prisão de Fábio Wilhans Rodrigues de Miranda, 33 anos, conhecido como Piroca. Ele ficou responsável por guardar as armas e estava em posse de duas pistolas calibre 9 milímetros e uma carabina calibre 44. O próximo a ser preso é Bruno Alberto de Souza, 22 anos, que conduzia um Fiat Uno vermelho, com placas do Paraguai, quando foi abordado.

Ronaldo Almeida Cardoso, o negão do PCC, cumpria pena no regime semi-aberto de Ponta Porã. As investigações ainda apontaram o envolvimento do cabo da Polícia Militar, Márcio Rodrigues. Além de repassar informações privilegias, ele forneceu um rádio amador e inclusive marcou a data do assalto a agência bancária.

As reuniões eram realizadas na casa de Mauri Nunes, que contaram com a presença do policial nacional paraguaio Antolin Gaona Zayas. A Polícia agora dá continuidade as investigações, identificando ao menos mais quatro foragidos.

Assalto - Mais de 10 bandidos invadiram o pelotão, rendendo dois policiais que estavam de plantão. Eles chegaram por volta da meia noite, após uma ronda pela cidade, quando foram abordados pelo grupo de assaltantes. Os bandidos algemaram os militares e roubaram todo o material bélico que existia no local.

Todos os integrantes da quadrilha usavam coletes a prova de bala, máscaras nos rostos e estavam fortemente armados. A ação dos assaltantes no pelotão durou aproximadamente 20 minutos. Neste tempo, os bandidos bateram nos militares, ameaçaram, roubaram dinheiro da carteira deles e os celulares.

Delegado e major falam dos procedimentos com relação ao PM envolvido. Foto: Graziela Rezende
Delegado e major falam dos procedimentos com relação ao PM envolvido. Foto: Graziela Rezende
Chefe da quadrilha possui 14 mandados de prisão. Foto: Graziela Rezende
Chefe da quadrilha possui 14 mandados de prisão. Foto: Graziela Rezende
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