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Cidades

Santa Casa restinge serviços sem explicações à população

Redação | 26/01/2009 11:05

A suspensão a partir de hoje na Santa Casa de agendamento de consulta e cirurgias eletivas (aquelas operações que não são de urgência) surpreendeu gente que veio de longe, em busca de atendimento.

No meio do problema e sem saber da interrupção, muitos estiveram hoje no ambulatório, localizado na Avenida Mato Grosso, na tentativa de conseguir uma consulta. A aposentada Pompuosa Marcelino de Souza, de 62 anos, ficou abalada com a notícia.

Com dores no joelho por conta de problemas na articulação, a aposentada conta que saiu às 3 horas de Maracaju, cidade que fica a 164 quilômetros de Campo Grande, para tentar uma consulta com médico ortopedista na capital. Segundo ela, veio encaminhada por uma assistente social que marcou um horário por telefone.

"Foi uma surpresa para mim. Acho isso um absurdo. Saí às 3h da manhã da minha cidade para chegar aqui e não poder consultar", protesta.

Além de não conseguir ser recebido por um médico, o paciente hoje também voltou para casa sem informações precisas sobre o motivo da interrupção. Na porta do ambulatório, cartaz informa apenas que os procedimentos não podem ser agendados. "Está suspensa por tempo indeterminado a marcação de primeira consulta para todas as especialidades médicas".

Nem a assessoria de imprensa da Santa Casa informou qual o motivo da suspensão e também não se sabe por quanto tempo os serviços ficarão interrompidos. Apenas retorno de consultas estão sendo realizados normalmente.

"Eles não percebem que não podem fazer isso com a gente. O hospital atende pelo SUS e tem de pelo menos justificar", reclama a professora Solange Justino, que hoje tentou marcar consulta para o pai de 67 anos.

Rotina - No final de semana a interrupção foi confirmada pela direção do hospital que alegou a medida como resultado da paralisação de especialistas, mas o sindicato dos médicos nega a informação, garantindo que não "há nada orquestrado para comprometer o atendimento na Santa Casa"

Não é a primeira vez que essa medida é adotada pela Santa Casa. Na maioria das vezes, diante da superlotação no hospital o atendimento é restringido. Para atender casos de urgência e emergência, o hospital acaba suspendendo serviços que na teoria podem esperar.

Em maio do ano passado, a Santa Casa também suspendeu as cirurgias eletivas, repetindo o que já havia feito 21 dias antes, em março. Nesses episódios, o motivo alegado foi falta de equipamentos para anestesia.

Hoje, cirurgias eletivas representam 30% de todos os procedimentos mensais, que chega a 1,6 mil no hospital. Com a suspensão, ao menos 20 operações ao dia deixarão de ser feitas.

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