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Cidades

Sob protesto de alunos, UFMS terá nova eleição para definir lista tríplice

Aline dos Santos | 27/06/2012 13:40

Em vez dos 6.662 votantes da consulta à comunidade,o grupo de votantes de hoje será bem mais restrito: 115 conselheiros

Amordaçados, alunos cobram paridade do voto. (Foto: Pedro Peralta)
Amordaçados, alunos cobram paridade do voto. (Foto: Pedro Peralta)

Sob protesto dos alunos, que acompanharam a reunião do Colégio Eleitoral amordaçados, o processo de composição da lista tríplice para reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) sofreu uma reviravolta.

No período da tarde, será realizada uma nova eleição para definir a ordem da lista. Em vez dos 6.662 votantes da consulta à comunidade, realizada em 19 de junho, o grupo de votantes de hoje será bem mais restrito: 115 conselheiros do Colégio Eleitoral.

Hoje, estava prevista a homologação do resultado da eleição – com Célia Maria Silva Correa Oliveira em primeiro e o professor Antônio Carlos do Nascimento Osório em segundo – e a indicação de um terceiro candidato biônico.

Contudo, um documento recebido às 9h30 pelo presidente do Colégio Eleitoral e assinado por 45 conselheiros pedia a rediscussão da resolução 6, que foi aprovada no último dia 14 e previa votação apenas para indicar o terceiro nome.

O pedido derivou de uma recomendação do procurador-geral/UFMS, Valdemir Vicente Vieira. O documento enfatiza que a “consulta prévia à comunidade universitária não vincula juridicamente o colegiado competente para a elaboração da lista tríplice, podendo, portanto, inclusive, desconsiderá-la”.

Com 68 votos a favor e 32 contra, os conselheiros decidiram mudar a resolução. Porém, como não havia proposta para substituir a norma derrubada, o presidente do Colégio Eleitoral, Paulo Ricardo da Silva Rosa, suspendeu a reunião até 14h.

Conforme ele, agora os três nomes serão submetidos à votação dos conselheiros. Porém, será definida a forma do voto. A lista deve ser remetida amanhã para o MEC (Ministério da Educação), a quem cabe nomear o reitor.

Colégio Eleitoral vai definir lista tríplice. (Foto: Pedro Peralta)
Colégio Eleitoral vai definir lista tríplice. (Foto: Pedro Peralta)

Golpe e recusa - Por duas horas, a reunião foi marcada por protestos pelo fato de o voto dos professores terem mais peso do que de alunos e técnicos e com a mudança na resolução. “É uma vergonhosa tentativa de golpe”, afirmou o professor Rogério Maia. Na semana passada, ele levou um documento ao MPF (Ministério Público Federal) para que 42 ocupantes de cargo de direção, indicados pela atual reitoria, fossem impedidos de votar.

Por três minutos, uma acadêmica que faz parte do Colégio, e, portanto, tinha direito à palavra ficou calada diante dos conselheiros. O silêncio da iniciativa foi acompanhado pela palma dos demais estudantes. O Colégio Eleitoral tem vagas somente para três universitários. Na defesa da mudança do processo, está o argumento de que a lista poderia ser rejeitada pelo ministério.

A previsão é que a lista tríplice seja encaminhada amanhã para o MEC. A tendência é indicar o primeiro nome da lista, mas no meio do caminho, o processo também está sujeito a influências políticas. Ao ministério, são remetidos a ata da reunião e as tabelas com os votos da consulta à comunidade.

Eleição - Estavam aptos a votar 21.784 pessoas, porém apenas 6.662 compareceram às urnas. Célia obteve 43,62% dos votos, enquanto que o segundo colocado, o professor Antônio Carlos do Nascimento Osório, teve 29,35%. Do total de votos, 67 foram brancos e 137 nulos.

No geral, Osório recebeu mais votos do que Célia, 3.806 contra 2.622. Foram 304 votos dos docentes, 739 dos técnicos e 2709 dos estudantes. Enquanto que atual reitora teve 553 dos professores, 592 dos técnicos e 1477 dos alunos. Mas como na instituição o voto do corpo docente vale 70%, os dos alunos e técnicos 15% cada, Célia saiu vitoriosa.

O presidente do Colégio Eleitoral afirma que não há estimativa do custo da consulta à comunidade, que na prática, não tem tamanha importância, pois os nomes ainda passam pelo crivo dos conselheiros. Contudo, somente com os votos pelos Correios, foram gastos R$ 8.500.

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