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Cidades

Terceirizados param de novo e acusam Enersul de abandono

Redação | 14/05/2009 10:19

Pela segunda vez nesta semana, trabalhadores que prestam serviços à Enersul cruzaram os braços em um dia de paralisação de advertência. Os funcionários da empresa Ertec também aprovaram indicativo de greve para a próxima terça-feira, porque estão sem receber salários, perderam benefícios e não têm férias.

Eles dizem que a Enersul abandona os funcionários diante das dificuldades em negociar com os patrões.

A Ertec tem sede em Maringá, no Paraná, e foi contratada para construção e manutenção de linhas de transmissão em Campo Grande.

Segundo a Enersul, uma greve não prejudicaria o atendimento, porque outras terceirizadas fazem o mesmo serviço. A empresa garante que todas recebem rigorosamente em dia e também justifica que não pode interceder pelos funcionários porque o contrato de prestação de serviços com a Ertec é cumprido regularmente, sem problemas.

No dia 12 de maio, cerca de 200 prestadores de serviços também cruzaram os braços em protesto à Engelétrica, porque não receberam o valor total do ticket alimentação. Dos R$ 180,00, só a metade foi paga.

Hoje, o grupo fez protesto na sede da empresa, na saída para Sidrolândia. Os 40 funcionários são responsáveis, por exemplo, por reparos de emergência em caso de interrupção no fornecimento de energia, como queda postes ou rompimento de cabos.

Os empregados dizem que ainda não receberam os salários referentes a abril e tiveram o vale refeição suspenso.

Na lista de irregularidades, também aparecem dívidas de hora extra e quebra de contrato trabalhista.

Orlando Alegre Ribeiro conta que há 5 anos deixou Aquidauana para trabalhar em Campo Grande com a promessa de alojamento e vale refeição. Em 2007, o que era acordo foi "esquecido" e desde então ele tem de arcar com essas despesas.

Ronilson Brito da Silva, também enfrenta o mesmo problema, mas veio de Jardim e ainda tem pendente 2 férias vencidas. Por motivo desconhecido, Ronilson conta que só recentemente pode gozar das primeiras férias e mesmo assim, por motivo desconhecido por ele, teve retido o salário referente ao período.

Lúcio Eder da Silva trabalha há 9 anos na empresa, só faz serviço de emergência, pelo qual recebia R$ 180,00, como adicional para ficar de prontidão, mas há 8 meses não recebe esse acréscimo.

Sinval dos Santos Nogueira aponta outra irregularidade. "Fui pedir empréstimo, mas chegando na Caixa vi que em 4 meses não foi feito qualquer depósito de FGTS em meu nome".

Além de todas as questões levantadas pelo funcionários, o Sinergia/MS (Sindicato dos Eletrecitários de Mato Grosso do Sul) também acusa a Ertec de fazer os descontos sindicais e não repassar os valores à entidade.

Um agravante, segundo os empregados, é que o desconto tem como base o percentual cobrado no Paraná, de 5%, enquanto que em Mato Grosso do Sul o índice é de apenas 1%.

O Sindicato anunciou que vai entrar com representação na Justiça, para cobrar o repasse e a cobrança correta e acusa a Enersul de fazer "vistas grossas" sobre as denúncias feitas pelos trabalhadores terceirizados.

Segundo a Ertec, "o problema já foi resolvido". A direção informou que não detalharia o assunto e também se recusou a falar sobre as reivindicações e reclamações dos funcionários.

Sobre a greve, a empresa garante que até a próxima segunda-feira resolverá as pendências com os empregados.

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