Troca de tiros na fronteira de MS causa crise entre Brasil e Paraguai
O Governo do Paraguai fez um protesto formal contra o Brasil, alegando invasão de soberania, após, uma suposta ação de militares brasileiros em território paraguaio, na altura da cidade brasileira de Mundo Novo, e da vizinha, Salto Del Guairá. De acordo com informações do jornal paraguaio ABC Color, houve troca de tiros entre militares brasileiros e contrabandistas, na Região de Puerto Tigre e Puerto Adela, em Salto Del Guairá. Ainda de acordo com o jornal do país vizinho, o governo paraguaio espera uma “resposta satisfatória e desculpas” das autoridades brasileiras. A atuação dos militares brasileiros está no âmbito da Operação Ágata 9.
Nesta sexta-feira (31), o embaixador brasileiro em Assunção foi convocado à chancelaria paraguaia para ouvir as queixas do governo do país vizinho. Uma carta, com conteúdo semelhante, foi entregue pela embaixada paraguaia em Brasília ao Itamaraty.
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De acordo com informações do Site César Galeano, Equipes do BPFron, Marinha, e Exército cercaram a região, havendo confronto com intenso tiroteio e apreensões de barcos. O presidente da República do Paraguay, Horacio Cartes, respondeu à ação brasileira, enviando tropas paraguayas à Salto del Guaira, para impedir novas entradas ilegais de militares brasileiros na área de fronteira. Porém, segundo o ABC Color, no dia seguinte, o confronto teria sido entre os militares dos dois países. Não há registro de feridos.
O governo do Paraguai classificou o episódio como um "grave ato contra a soberania paraguaia". "O Paraguai mantém uma estreita cooperação com o Brasil na luta contra as diversas formas de delinquência organizada, e espera que, baseado nos princípios de respeito recíproco e cooperação, atos dessa natureza não voltem a se repetir", diz a nota do governo do Paraguai entregue ao Brasil.
O Governo Brasileiro negou que as ações da Operação Ágata 9 tenham invadido o lado paraguaio, mas o embaixador do Brasil no Paraguai, José Eduardo Martins Felício disse que vai abrir inquérito para apurar os fatos.
Ágata 9 - A operação teve início no dia 22 de julho, e teve o objetivo de reprimir crimes transfonteiriços. Os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia compreendem a Área de Operações Oeste, com cerca de 4,5 mil km de fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai.
Cerca de 11 mil militares da Marinha, Exército e Força Aérea, em integração com aproximadamente 600 agentes das Polícia, Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil e de diversas agência governamentais, participaram da Operação.
Ibama, Receita Federal, Iagro, Defesa Civil, Funai, DOF, Anac, Grupo Especial de Fronteira do Mato Grosso e Anvisa, também fizeram parte das ações.
Foram empregadas 340 viaturas, 76 embarcações e 26 aeronaves das Forças Armadas. A Operação foi coordenada pelo Ministério da Defesa, por meio do EMCFA (Estado Maior Conjunto das Forças Armadas) e contou com a participação do Ministério da Justiça e da Fazenda.