A formação do Brasil: uma terra de chucros e analfabetos
Um dos mais importantes aspectos da administração portuguesa do Brasil era o descaso com a educação. De inicio, ela estava nas mãos dos jesuítas. Após a expulsão desses religiosos em 1.759, o governo português dela se encarregou, mas de maneira completamente inadequada.
84% analfabetos.
Não há dados sobre alfabetização em quase todo o tempo do domínio português. Mas se verificarmos que em 1.872, meio seculo após a independência, e às vésperas da queda da monarquia, apenas 16% da população era alfabetizada. Isto é, 84% da população era constituída por analfabetos.
Alfabetizar não era interessante.
É claro que não se poderia esperar dos senhores de escravos qualquer iniciativa a favor da educação ainda que fosse de seus filhos. Difundir essa arma cívica poderia ser perigoso. Não havia também motivação religiosa para se educar. A Igreja Católica não incentivava sequer a leitura da Bíblia.
Era ainda pior na educação superior.
Em contraste com a Espanha, Portugal nunca permitiu a criação de universidades em sua principal colônia. Ao final do período colonial, havia pelo menos 23 universidades na parte espanhola das Américas, três delas no México. Só uma das universidades mexicanas formou quase 40 mil pessoas. Na parte portuguesa, escolas superiores só foram admitidas após a chegada da corte, em 1.808. Até então, os brasileiros que quisessem um diploma - e pudessem - tinham de viajar a Coimbra, em Portugal. Entre 1.772 e 1.872, passaram por Coimbra 1.242 brasileiros. Se compararmos com os os 150 mil universitários das colônias espanholas, o número é ridículo.
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