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Em Pauta

A segunda maior floresta também está queimando

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/10/2019 08:15
A segunda maior floresta também está queimando

Os incêndios que assolam a Amazônia chamaram a atenção do mundo. Enquanto isso, a segunda maior floresta da América do Sul, o Gran Chaco, está desaparecendo. O Gran Chaco é formado por terras e águas do Paraguai, Brasil , Bolívia e Argentina.Tal como do seu vizinho e componente Pantanal, é extremamente biodiverso. Em seus 1.280.000 quilômetros quadrados há mais de 3.400 espécies vegetais e 900 animais. É também o lar de pelo menos 30 povos indígenas que vem saindo de suas terras históricas para as colônias menonitas.

A segunda maior floresta também está queimando
A segunda maior floresta também está queimando

O desmatamento mais rápido do mundo.

Os geógrafos paraguaios denunciam que ocorre no Gran Chaco o processo de desmatamento mais rápido do mundo. Desde 2001 foram mais de 50 mil quilômetros quadrados de florestas derrubadas para dar lugar à pecuária. Mais de metade desse desmatamento ocorreu no Paraguai. Nosso vizinho já é o oitavo maior exportador de carne bovina do mundo, vende 350.000 toneladas para a Rússia, Israel e Chile. Há pelo menos 14 milhões de cabeças de gado no Gran Chaco paraguaio e mais de 4 milhões de hectares dedicados à criação de gado.

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O governo paraguaio deseja ascender ao quinto lugar na exportação de carne bovina.

O governo paraguaio espera elevar suas exportações de carne bovina para a quinta posição nos próximos dez anos. Para limpar as áreas florestais para pastagem, tem feito vistas grossas para o "encadeamento", a passagem de correntes puxadas por tratores, derrubando tudo que encontram pela frente. Tal como no MS, apos a derrubada das árvores, montam fornos de carvão com essa madeira. Esse carvão é empilhado em caminhões que os transportam para exportadores. Há mais carvão paraguaio nos EUA, Oriente Médio e na Europa que sua carne bovina. O carvão paraguaio vai para seu destino exterior rotulado como "natural" ou "certificado ambientalmente", uma charlatanice para enganar gringo.

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A escravização indígena.

De acordo com recentes queixas apresentadas ao escritório do Procurador Geral do Paraguai, algumas fazendas de gado do Gran Chaco exploram os indígenas. Pagam salários extremamente baixos por trabalhos como construção de cerca, limpeza de terras ou pastagem de gado. Utilizando uma prática que quase desapareceu no Brasil, os indígenas são obrigados a comprar alimentos em lojas que pertencem à fazenda onde trabalham. Um relatório das Nações Unidas de 2018 sobre formas contemporâneas de escravidão no Paraguai mostra que os trabalhos forçados nas fazendas de gado do Gran Chaco está melhorando lentamente, mas ainda está presente na maioria delas.

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