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Em Pauta

Apesar da bomba Palocci, Lula sobe

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/09/2017 06:35
Apesar da bomba Palocci, Lula sobe

Não há analista político que entenda o que está acontecendo no mundo político brasileiro. Após a delação de Palocci, todos, sem exceção, vaticinaram a derrocada lulista. Não há petista que entendas o recado das periferias, elas não frequentam esses meios populacionais, tornaram-se elites. Entraram em profunda depressão após Palocci. A primeira pesquisa pós Palocci pegou todos de surpresa.
Lula teve seu índice de desaprovação reduzido - caiu de 66% para 59%. A parcela da população que o aprova subiu de 32% para 40%, o maior em dois anos. O Ipsos, instituto que pesquisa mensalmente para o jornal O Estado de SP, é quem garante esses resultados inesperados. Duas leituras são fáceis para resultados tão expressivos: o perfil de traidor de Palocci e a boa memória dos "tempos de Lula" no governo.
Mas há outro problema para os analistas políticos decifrarem: Moro continua bem visto por parte expressiva da população. Ao contrário do que o Jornal Nacional e boa parte da imprensa divulgam diariamente, não há dois brasis, o país não está dividido em uma metade pertencente ao juiz e a outra que venera o barbudo sindicalista. Essa divisão existe, mas não tomou conta do país. A pesquisa também mostra que Moro alcançou a maior taxa de desaprovação desde o início da Lava Jato: chegou a 45%. Será que ele se importa com esse tamanho de rejeição? Tudo leva a crer que o juiz tenha enorme interesse por esses números.
Na corrida presidencial Lula perde para Moro e Luciano Huck, mas ambos continuam negando qualquer candidatura. A turma do Bolsonaro precisa urgentemente repensar suas ações. Sua taxa de rejeição subiu de 56% para 63%. Ou amenizam o discurso... ou desistem. Os que aprovam a atuação de Bolsonaro reduziram de 21% para 19%. Essa pequena queda não é preocupante, está na margem de erro. O número que deve preocupar os adeptos da candidatura Bolsonaro é o aumento de 7% em sua rejeição.
Se o tempo não é favorável a Bolsonaro, também não é para Doria e Alckmin. O prefeito paulista viu sua rejeição subir de 52% para 58% e aprovação caiu de 19% para 16%. Já o governador paulista chegou aos estratosféricos 75% de rejeição (tinha 73%) e a aprovação caiu de 14% para 13%. A ventania está levando os tucanos para uma aterrissagem forçada na terra. Ou se entendem... ou desistem. Mas, e se Lula for para a cadeia ou tiver sua candidatura cassada? Essa é a maior esperança dos inimigos do petismo.

Apesar da bomba Palocci, Lula sobe

Maconha: Feira e Consultoria mostram negócio de US$2 bilhões.

A sala está cheia. O apresentador arruma o terno. O monitor ilumina-se com os slides que fazem parte da apresentação da New Frontier Data, uma das empresas que mais cresce no mundo das consultorias. Não vão falar de robôs, revolução 4.0 ou de tecnologias emergentes. Pelo contrário, falarão de um dos negócios mais antigos do mundo que só agora está saindo do mundo das sombras. A New Frontier Data dedica-se exclusivamente aos negócios da maconha.
Se há coisa que ajuda a legitimar um negócio anteriormente proibido é o fato de existir uma consultoria com profissionais especializados e experientes a oferecerem pesquisas, estudos de mercados e sistemas de apoio às decisões. A New Frontier recolhe milhões de dados de agências governamentais, associações da indústria e operadores para fornecer relatórios com previsões de crescimento, tendências de investimento e impacto em vários níveis.

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O apoio à legalização está em 86% nos EUA.

O apoio público à legalização disparou. A percentagem de norte-americanos que apoia a legalização está nos 86%. Reflete uma mudança radical nos últimos 5 ou 6 anos. E assim têm alguma razão de ser. Quando o Colorado se tornou o primeiro Estado a legalizar o consumo recreativo da maconha e o céu não desabou, as ruas não foram invadidas por zumbis e não ocorreu um aumento do consumo de drogas pesadas, o resto da população franziu a testa. O governo do Colorado começou a receber milhões em impostos e o resto dos governadores prestou atenção. Já imaginaram quantos milhões ou bilhões o Mato Grosso do Sul receberia da maconha paraguaia caso cobrássemos de maneira eficiente algum imposto? Isso fez com que os norte-americanos passassem a pensar qual, afinal, era o horror da legalização? Tirar das mãos de pistoleiros e passar para as mãos de fazendeiros e comerciantes comuns não pode estar errado. Em um momento em que o povo norte americano está tão dividido em muitas questões, o apoio à legalização da maconha é quase consensual.

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A Feira da Maconha em Los Angeles.

É um momento de transição. O estigma da maconha ainda existe nos EUA, mas é residual, está desaparecendo. A apresentação da New Frontier Data ocorreu durante a Cannabis World Congress Business Expo. Isso mesmo, é a Feira da Maconha em Los Angeles. Essa já é a quarta edição do evento, e no entanto, notou-se tremenda diferença. Triplo de expositores, muito mais homens de negócio transitando em seus imensos corredores, milhares de fazendeiros, homens de Wall Street buscando investimentos, muito mais workshopops e, acreditem, ninguém fumando maconha. É a Feira dos negócios da maconha e não dos maconheiros. Está à caminho da profissionalização. Não há chapados.

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O negócio da maconha impõe limites.

A indústria da maconha não advoga por um consumo sem limites, pelo contrário, percorre os mesmos caminhos das bebidas alcoólicas: consumo com responsabilidade. Eles entendem que trazer a maconha para a luz da legalidade permite educar melhor os consumidores. E os pacientes que a usam para o combate de sintomas de doenças. Não é preciso fumar maconha, eles insistem. Pode usar-se uma elevada quantidade de produtos de aplicação tópica ou ingestão que têm pouca ou nenhuma quantidade de psicotrópico (THC) e são ricos em CBD, um dos 13 químicos da planta que é responsável pela maioria dos benefícios terapêuticos.
A maconha é um dos mercados de mais rápido crescimento no mundo. Já tem até um índice. O Veridian Cannabis Stock Index, que s 50 empresas cotadas na Bolsa de Valores dos EUA, mostra tremendas altas. O mercado explodiu 200%. Em 2017, o número de pequenas empresas adquiridas por grandes conglomerados também explodiu: 439 acordos foram fechados. Quase US$2 bilhões foram levantados. Enquanto isso, dezenas de caminhões passam pelas nossas fronteiras sem pagar um só centavo. Enquanto isso, os chefetes da maconha são presos e mortos pelo nosso Exército, pois eles derrotaram a polícia.

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