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Em Pauta

Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/01/2015 08:21
Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.

A autofagia petista

Há uma lei universal para as forças de esquerda - a autofagia. Esse processo de eliminação de alguns componentes estruturais das células foi transplantado para o mundo da política há séculos. As diversas estrelas da constelação mais à esquerda do pensamento e ação política sempre foram mais deletérias para consigo mesmas que os males que as forças à direita poderiam causar. A Primeira Internacional, reunião de esquerdistas do mundo todo, nasceu sob o manto do racha interno. E assim foram todas as tentativas pelo mundo afora de conseguir conciliar os seus propósitos.

O mesmo vem acontecendo no Brasil. Há disputas ferozes entre essas forças desde que chegaram ao nosso país, trazidas por italianos e espanhóis anarquistas e logo a seguir pelos comunistas e socialistas. Nunca se entenderam. Pelo contrário, sempre moveram ações que se autodestruíam. Na história mais recente, o PT conseguiu unificar algumas dezenas de pequenas estrelas sob a capa protetora de seu líder maior - Lula. Com a chegada ao poder e a guinada à direita, começaram a perder várias estrelas que foram formar suas novas constelações. Todavia, esse processo de repulsa sempre esteve sob a égide da autofagia, da autodestruição. Foram formando PSTU, PCB, PSOL...todos sem lideranças expressivas e sem apelo popular. E chegaram ao Rede. Erigiram Marina como uma nova Lula, aquela que seria a herdeira do chefe maior. E, nas últimas eleições, cometeram a nova autofagia. Marina e seu partido foram transformados em minúsculos componentes do espectro político.

E o processo de autodestruição continua. Em Brasília, Zé Dirceu e Marta são os "kamikazes" que torpedeiam o navio de Dilma. A elucubração, a especulação é que de seu laboratório, no ABC, Lula estaria no comando à distância dos ataques "suicidas". Provavelmente, apenas mais uma teoria da conspiração calcada na nova onda de direcionamento à direita que o governo Dilma protagoniza (após seu intervencionismo à esquerda ter levado o país à estagnação nos primeiro quatro anos de administração).

Tudo igual no Mato Grosso do Sul. Tal como lá em Brasília, por aqui a luta autofágica entre Delcídio e Zeca do PT será, sem dúvida alguma, um longo processo que desembocará nas eleições de 2018 com ambos postulando uma das duas cadeiras ao Senado. Delcídio desde agora lutando pela reeleição e Zeca do PT para retornar ao Governo Estadual, mas em verdade ambos postulando a mesma posição, a mesma cadeira, o mesmo poder. A autofagia continuará a ditar as regras no universo das esquerdas.

Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.
Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.

O PMDB se divide em quatro

O mais importante ator coadjuvante da história, o PMDB, como sempre está dividido. Assim nasceu e continua a funcionar. Nada e ninguém consegue modificar o rumo desse grande que se comporta como pequeno partido.
Em tese, estaria unificado pela liderança do vice presidente Michel Temer. O vice que seria o avalista do casamento, forçado, com a Presidência da República, perde força a cada dia que passa. Temos definitivamente o PMDB dos deputados federais, o dos senadores e o que faz oposição sistemática aos petistas e aos governantes federais.

Todos irmanados em uma só intenção - chegar ao poder pelas laterais da casa, nunca pela frente; não participar de disputas importantes, só de embates menores mas que podem ser tão "suculentos" quanto os maiores. O PMDB tornou- se expert em administrar o Poder Legislativo, fugindo dos embates pelo poder maior que é o executivo. Não há força tão especializada nesse assunto como a constituída pelos peemedebistas. Não é crível que venham a perder algum espaço no legislativo nacional. Continuarão como o amálgama das impurezas entre petistas e tucanos. A voracidade das duas principais forças políticas do país só não entra definitivamente em rota de colisão pelo temor dos ainda mais famélicos peemedebistas. Se petistas e tucanos se dilacerarem, os peemedebistas tomarão conta de nacos ainda maiores de poder. E assim sobrevive a política nacional, sem utopia, sem projeto, sem credibilidade. Apenas um movimento continuo de "nós para nós mesmos".

Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.
Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.

O conselho do novo Ministro da Educação

Dilma é talvez a única Presidente do Brasil a ser avessa a flashes e microfones. Político em regra ama, adora e idolatra as câmeras e microfones fáceis. Ela é sempre discreta. Mas tudo em sua vida é esmiuçado: o vestido da posse, as férias na Bahia a dieta argentina. Os paparazzi (fotógrafos sem autorização) estão a postos onde quer que ela vá. Um inferno para ela.
Temos acesso a todas suas inciativas, atos e andanças. Ela tem acertado muitas vezes. Em seu mandato, o Brasil cresceu em todos os indicadores sociais e humanitários. Mas também tem errado muito. O Brasil estagnou em quase todos os critérios econômicos. Restou o "quase" pleno emprego.

Na organização de seu novo ministério procurou corrigir os rumos da economia nacional. Elegeu para seu novo mandato o lema "Pátria educadora". E o novo comandante da educação do país é o ex-governador do Ceará, Cid Gomes. O irmão mais novo da família Gomes afirmou em seu mandato como governador: "se os professores querem dinheiro devem mudar de profissão". Não contente, também disse que "professor deve trabalhar por amor, não por dinheiro". Cid Gomes só se esqueceu de dizer que Ministro da Educação é o comandante e como tal deve ser exemplar - deveria doar seu polpudo salário para uma escola cearense. Só assim teremos um país de educadores abnegados e amorosos (e mortos de fome).

Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.
Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.

O novo plano econômico de Joaquim Levy levará tempo para apresentar resultados

Embora o Ministro da Fazenda Joaquim Levy negue, é sim um saco de maldades o que o governo vem anunciando, a conta gotas, nos últimos dias. São todas medidas econômicas que irão "tirar" da população de diferentes maneiras e intensidades.

Aumento de imposto sobre importação, volta do imposto sobre combustíveis (CIDE), aumento de imposto na hora de comprar dinheiro no banco (IOF), restrições aos benefícios previdenciários, restrições no seguro-desemprego. Vão dando nomes e mais nomes e o dinheiro vai saindo do nosso bolso rumo ao cofre do governo federal. Mas, não se desesperem, há ainda a conta de luz. Só Deus sabe qual será o tamanho do choque que levaremos, pois as contas estão sendo feitas e refeitas em Brasília e ainda não fecharam. Tudo isso faz parte da mesma coisa - o ajuste fiscal, isto é do rombo que abriram nas contas públicas nos últimos anos.

Se a mudança do regime for crível e for sustentada com convicção e sem exageros, poderá antecipar a volta da confiança do setor empresarial privado e o investimento crescerá. Mas é preciso sangue frio e paciência, porque levará algum tempo até que eles apareçam. Do outro lado, a confiança popular está diminuindo e não será facilmente recuperada.

Autofagia petista. A perda de estrelas que formam novas constelações.
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A crise dos estacionamentos é decorrente do aumento de automóveis e da falta de terrenos

O setor de estacionamentos no país fatura mais de R$ 5 bilhões ao ano. No ano passado o setor cresceu em torno de 40% e os empresários dizem que manterão o mesmo ritmo em 2015. A indústria automobilística vendeu menos, mas ainda assim colocou mais carros nas capitais do que o número de novas vagas de estacionamento. As vendas de automóveis novos caíram 7% em 2014 segundo a Fenabrave. Para este ano, a projeção é de uma nova retração, de 3%. Passaremos a contar com uma frota nacional de 45 milhões de automóveis.

Como a multiplicação de carros supera a abertura de novas vagas em todas as capitais, as empresas que operam estacionamentos seguem confortáveis para reajustar tarifas acima da pressão de custos de aluguel de terreno e de mão de obra. Somados eles representam até 80% do custo de um estacionamento. Entre 2011 e 2014, o preço médio cobrado nos estacionamentos subiu 54% enquanto a inflação subiu 27% no mesmo período.

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