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Em Pauta

Comer, dormir e andar para idosos: a gerociencia

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/11/2019 06:21
Comer, dormir e andar para idosos: a gerociencia

A história é conhecida. Alguém chega aos 70 anos e começa a ver como seus achaques se multiplicam. Alguma enfermidade crônica aparece (quase todas começam aos 60). Começam as entradas e saídas do hospital. As internações são cada vez mais longas. E falece. Deixa para trás uma década cinzenta digna de esquecimento.

Comer, dormir e andar para idosos: a gerociencia

E surge a gerociencia.

Agora, há científica esperança de que esse conto mude radicalmente. Os cientistas que estudam a biologia molecular do envelhecimento tem sólidas esperanças. Nosso protagonista viverá após os 70 anos jogando com os netos, viajando muito, praticando algum esporte....e assim soprará 80 velas. Dores? Poucas. E o câncer, Alzheimer e Parkison não serão olhados nem pelo retrovisor. É verdade que esse protagonista andará mais vagarosamente, mas nada paralisante. Até que um tropeço aos 85 acabe em fratura óssea. Alguns dias na cama e morrerá. Nem o médico saberá com exatidão a causa. Estamos na fronteira desse novo tempo, dizem os mais afamados cientistas. Alguns processos moleculares assentam as bases da gerociencia. Essa é a luta contra as enfermidades associadas à idade.

Comer, dormir e andar para idosos: a gerociencia

Inflamação: o provável boom dos senoliticos.

O passar dos anos multiplicam a aparição de células senescentes, que favorecem o aparecimento de pequenas inflamações, mas constantes. Essas células estão na origem de muitas enfermidades degenerativas como as fibroses renal, pulmonar e hepática, a aterosclerose, a diabetes e algumas neurodegenerativas.
A ciência está pesquisando medicamentos que matem essas células senescentes. Alguns deles já passaram pela fase de testes em animais e esperam liberações para testes em humanos.

Comer, dormir e andar para idosos: a gerociencia

Metabolismo: quem aceita namorar com o jejum?

A otimização do gasto de energia, determinada pelo metabolismo, deve ser um objetivo de quem anseia por um envelhecimento feliz. Para este pilar, fármacos, como a rapamicina, que já estão prontos para chegar às farmácias, trazem enormes esperanças. Mas os cientistas já avisam: não causarão uma revolução na saúde dos idosos caso não diminuam a alimentação, durmam muito mais e façam algum exercício leve. O mais duro desse tridente é a restrição calórica. Até há pouco tempo a ciência afirmava que quem desejasse viver muito tempo deveria reduzir 30% a quantidade de alimentos ingeridos. Agora, os cientistas afirmam que não bastam os 30%, são necessários 60%. Isso mesmo, você tem de comer 60% menos do que come hoje. É muito duro. As dietas em geral trazem cansaço, inibição sexual, fome, mal humor... Essa dieta dos 60%, não compensa.

Comer, dormir e andar para idosos: a gerociencia

Farmacovigilância, um cuidado inexistente.

Os melhores cientistas estão comemorando a chegada dos novos medicamentos contra o envelhecimento. Ainda não há datas definidas, mas não demorarão. Todavia, alertam para uma deficiência que os profissionais da saúde não se importam: a ausência da farmacovigilância. Afirmam que esses fármacos só aportarão valor caso passe a existir um severo controle nas vendas. Os idosos tomam muitos medicamentos. Não é o mesmo tomar medicamentos aos 30 e aos 60 anos, porque aos 60 tomam cinco ou seis e todos interagem entre si. Há necessidade de vigiar e modular a ingestão de medicamentos.

Comer, dormir e andar para idosos: a gerociencia

Adaptação ao estresse: um mistério.

Com a personalidade a ciência está enfrentando um enorme mistério. Ninguém sabe explicar o estresse celular. E ele é super importante. Como não sabem explicar, não produzem remédios. Ficam na generalidade. Apostam na meditação, bom humor e otimismo. Mas é uma mera aposta.

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