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Em Pauta

Idade Média, a época em que as árvores dominavam o mundo

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/07/2021 08:05
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A Idade Média não é só a era dos cavaleiros e das damas, dos servos e dos senhores, dos torneios e dos reis, é sobretudo, a época das árvores. As matas, suas criaturas, suas lendas, suas clareiras, mas também a madeira são os elementos onipresentes na vida cotidiana, ocupam o espaço vital e imaginário do mundo medieval. Até o ano 1.000, não começam a construir em pedra novamente, haviam perdido essa sabedoria desde a queda do Império Romano Ocidental. Até essa data, quem manda é a madeira.


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A herança dos três tipos de matas.

As árvores estão presentes na poesia, na literatura, nas hagiografias, na arquitetura, na economia, no artesanato, na caça.... A Idade Média herdou os três tipos de matas dos romanos: o "lucus", um conjunto de árvores de dimensão religiosa; o "nemus", árvores plantadas pelos humanos e organizadas; e a "silva", densa e virgem de intervenções humanas. Não é difícil enxergar a origem do sobrenome mais comum no Brasil - "Silva", nada mais é que "homem da selva intocada".


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Árvores benéficas e maléficas.

Nem todas as árvores, no entanto, eram iguais. Algumas eram consideradas benéficas e outras, maléficas, uma marca vinda da Antiguidade. A tília, por exemplo, era uma árvore especialmente admirada pelas populações medievais. Admiravam sua majestade, opulência e longevidade. Também era venerada por suas propriedades farmacológicas e, por isso, eram plantadas ao lado de hospitais. Também eram plantadas em frente das igrejas. Outra árvore benéfica muito importante era o fresno. Consideravam que era capaz de fazer a mediação entre o céu e a terra e era utilizada na elaboração da maioria das armas medievais como o arco e flecha. No lado das árvores maléficas, o tejo era o mais importante. "Albero della morte", o nome do tejo em italiano, diz tudo. Era associado com o outro mundo. Ainda que atualmente seja raro em Portugal, deu seu nome ao mais importante de seus rios. Mas era uma árvore nefasta.


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A maçã? Só a maçã?

No Brasil, a história de Adão e Eva está diretamente ligada à maçã. Na Europa Medieval, havia outras concorrentes. A tradição cristã trazia o romã como fruto de grande importância religiosa. O figo e a laranja também eram relevantes. Eram frutos grandes e com muito suco.


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Não esgotaram as matas até a Revolução Industrial.

O homem medieval vivia e morria em função das matas. Tinha enorme capacidade de explorar os recursos delas provenientes. Mas nunca chegou nem a passar perto de esgotá-los, até que chegasse a Revolução Industrial. Até então, as matas eram infinitas e a madeira se encontrava no centro da vida. Passados 260 anos, intentamos seguir os mesmos passos dos destruidores revolucionários.

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